Odete Soares Rangel
Neste final de semana assisti a três filmes muito bons (EM TRANSE, Veículo 19 e 42 - A história de uma lenda. Mas este último me sensibilizou mais pela polêmica causada pelo preconceito racial, e por muitas cenas de injustiça e
agressividade contra Jackie Robinson.
Sinopse do Filme
“Em 1946, Branch Rickey (Harrisson Ford), proprietário do
time Brooklyn Dodgers, se coloca contra a Liga
Profissional de Baseball e sua decisão de separar os jogadores brancos dos
negros, quando ele contrata Jackie Robinson(Chadick Boseman) para seu time. A
transação coloca os dois homens em evidência junto ao público, a imprensa e até
mesmo outros jogadores. Encarando o racismo declarado de todos os lados,
Robinson foi forçado a demonstrar tremenda coragem e deixar seu talento como
jogador conquistar fãs e seus colegas de time – silenciando seus críticos e mudando
para sempre o mundo a partir do jogo de baseball.” (Videoteca Alves de Brito)
Pode-se dizer que Branch Rickey e Jackie Robinson
mostraram-se valentes, acreditaram que se não se deixassem dominar e intimidar
pelos perseguidores preconceituosos, poderiam mudar o mundo, e viam como fio
condutor dessa nova trama, os jogos de beisebol. Em 1946, Branch Rickey assumiu
essa posição quando colocou Jackie Robinson, o primeiro negro a disputar uma competição no seu time. É claro que teve rejeições do público, da imprensa, dos
outros jogadores, mas nada os desviou dos seus objetivos. E enfrentando o
racismo, Jackie teve que se superar para não revidar, desenvolveu um
autocontrole para não devolver a violência oral que recebia, pois do contrário
destruiria os seus sonhos e as esperanças de Branch que acreditou e investiu
nele. Então, apesar das humilhações, o
número 42 deixou que seu trabalho mostrasse porque merecia estar ali, o que lhe
trouxe bons frutos, pois conquistou o público e seus companheiros de equipe.
Silenciou os críticos e abriu o precedente para a vinda de novos jogadores
negros.
Antes de ser recrutado por Branch Rickey ele era um jogador
de beisebol que disputava a liga nacional dos negros. Numa das cenas iniciais, seu time está abastecendo o ônibus, num posto de gasolina, momento em que ele é impedido de usar o banheiro dos brancos. Ele se impõe e determina que o frentista retire a gasolina, pois vão abastecer em outro local, obrigando esse a permitir que ele use. Conhecido por reagir quando atacado, teve que autocontrolar-se
para enfrentar o racismo exacerbado da torcida, da diretoria e também dentro do
campo. Jackie Robinson foi o primeiro
jogador Africano-Americano a ser admitido no beisebol, quebrando a barreira do
preconceito racial. Ele foi o primeiro negro a jogar pela liga profissional
americana de beisebol em 15 de abril de 1947. Por isso esse dia passou a ser chamado de Jackie Robinson Day,
oficialmente comemorado pela MLB todos os anos..¨
O foco do filme
centra-se nas temporadas do Royals Montreal (1946) e do Brooklyn Dodgers
(1947)..
Jackie Robinson nos deixa uma lição valiosa. A de não
acovardar-se, a de autocontrolar-se, a de dar demonstrações de força e de
coragem para superar as adversidades e vencer as dificuldades. E assim se
manter íntegro, firme como uma rocha, com sua dignidade resgatada e
conquistada. Uma rocha heróica, eu diria! E depois desse precedente, muitos jogadores negros o seguiram e
são grandes estrelas nos esportes.
E sua camisa 42 do Brooklyn Dodgers (atual Los Angeles Dodgers) foi aposentada, não mais
podendo ser usada por jogador de nenhum time profissional. Valeu seus esforços
Jackie Robinson.
Ao que se sabe, a vida de Jackie Robinson inspirou o musical da Broadway "The
First", protagonizado por David Alan Grier. Parece que
não agradou muito o público, teve apenas 37 apresentações. A
segunda versão teatral da vida de Jackie Robinson ganhou o título "The
Jackie Robinson Story" e teria sido interpretada pelo próprio jogador.
Que tenhamos muitos Jackies Robinsons pelo mundo afora, um exemplo de superação e de dignidade!
Não deixe de ver o filme, é muito bom!
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