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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Viver

Odete Soares Rangel 


Viver é um desafio, uma luta,
uma forma de corpo,
um sopro de vida,
um suspiro, uma dor,
uma felicidade, uma paixão,
uma amizade, uma tristeza,
um par de asas, uma louca liberdade.
Um coração que pulsa,
lateja, grita, chama.
Uma insatisfação,
um querer sempre mais?
É pensar positivamente,
entender as mutações,
acreditar em um Deus,
nas pessoas, compreendê-las.
Sentir sensações estranhas,
que nos fazem felizes,
como um toque de pele,
um carinho, um abraço,
um beijo, um prazer.
É sentir o universo e
aproveitar cada minuto,
como se fosse o último,
entregar-se ao amor,
viver perigosamente,
loucamente, mas VIVER!

domingo, 23 de maio de 2010

Violência

Odete Soares Rangel


É quase um obrigatório despertar
para a realização de um sonho mau,
intransigência, loucura, desespero
eles atimgem o clímax do limite,
da capacidade de suportar.
As coisas concretas obtidas não lhe bastam.
Estão desgastados pelo tempo,
pelas ações e pela espera quando nada muda!
Os fatos se repetem, o povo é massacrado
Os governantes falham, vai-se a esperança...
Nos filmes e nas novelas tudo fica bem no final,
mas para muitos a sorte e a felicidade nunca chegam.
Estão infelizes, famintos de alimento,
de cultura, de fé e de esperança.
Para esses a felicidade e a realização,
são tão irreais e inatingiveis,
que esquecem de rezar e de lutar!
Eles consideram o futuro sem futuro
e como não podem ser heróis
tornam-se os bandidos por excelência!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Um diário falido

Odete Soares Rangel


Hoje li um diário
os registros datam de 03.11.90,
comemorava-se o nascimento
de uma paixão, de um sentimento lindo
de duas vidas unidas em uma só.
Era lindo, desabrochou forte,
era a mais linda expressão do amor.
Lentamente foi mudando,
os registros tornaram-se menos freqüentes.
As emoções foram se esvaindo,
surgiram gotas de sangue,
o otimismo perdeu a força,
a esperança desvaneceu-se no ar.
Ficou a busca, o desencontro,
E o sonho que me impediram
De terminar de sonhar.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Momento Poético

Odete Soares Rangel


O que é um estímulo?
Um impulso, uma coragem,
uma esperança, uma fé.
Quem sabe você ainda os encontra!
O ser humano é um ser finito,
com capacidade de crescer até o infinito,
Um ser imperfeito,
em busca do seu primor,
da sua verdade, da sua realização.
Basta acreditar em si próprio,
nas pessoas.
Elas não são ruins.
Confie no futuro
e lute por algo melhor.
Por aquela coisa concreta,
pela vida sonhada.
Agradeça pelas coisas conseguidas.
E verás que viver bem é uma arte.
Comece a praticá-la agora.
Pare, sinta sua respiração.
Dentro de você existe um coração,
que bate forte, que diz:
Continue, esqueça o medo,
anime-se , segure a vida.
Lute pela sua ideologia
para que você possa crer
nos homens, no amanhã.
Mas, especialmente, em você mesmo!




Publicada no Boletim Informativo do Laboratório Geyer S.A. em 30/03/1988

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pai

Odete Soares Rangel


Hoje é dia de finados
não fui ao cemitério,
não acendi velas,
não mandei rezar missa.
Alguém deve ter falado
que eu não ligo para você
mas não é verdade
eu nunca lhe esqueço.
Nas minhas orações,
sempre rezo por você,
pela sua luz, pela sua paz.
Em todos os momentos de minha vida,
penso em você com carinho
como quando estavas aqui
porque eu o amo muito,
porque para mim,
você continua vivo,
Eternamente vivo,
dentro do meu coração!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Incerteza

Odete Soares Rangel


Ontem eu era eu,
hoje já nem sei quem sou.
Que poder tem o tempo,
de transformar as pessoas
em estrelas cintilantes?
Brilham, porque assim é a lei cósmica,
mas surge o dia, elas desaparecem.
Assim é meu pensamento,
meu querer, meu sentir, meu amar.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Enigma

Odete Soares Rangel


Hoje um grande enigma
me visita, todo de preto,
barba bem aparada, anônimo,
será um executivo ou uma alma do além?
Será um Homem ou um ser divino?
Chama-me e não me espera
eu procuro-o e não o vejo
desapareceu na multidão.
Terá sido real, ou apenas
fruto da minha imaginação
projetada num vulto qualquer,
numa sombra gigante,
transformando-se numa forma de corpo...
em um ser andante,
em busca de si mesmo
tentando decifrar o enigma que sou?

domingo, 16 de maio de 2010

Reflexão

Odete Soares Rangel


Hoje fiz uma pausa, repensei minha vida,
estou sempre em busca de mais,
não percebia tudo quanto já tinha.
Em meu cérebro, congelei várias imagens,
uni-as e explodi de alegria!
Fiz uma decupagem, que belo roteiro!
Descobri um mundo novo,
uma flor desabrochou
numa oração explosiva e musical.
Eu? Amadureci! Mas como recomeçar?
Expulsei do meu interior
todas as dores, decepções e fantasmas,
renovei as esperanças
e  acreditei numa força maior,
num Deus revelação.
Ele me ensinou que hoje é hoje,
que amanhã será sempre um novo dia,
com tempo possível de recomeçar.
Neste novo dia, cá estou: feliz, apaixonada,
num horizonte colorido, infinito, misterioso,
onde o querer sempre mais,
deixa de ser obsessão, torna-se uma conquista,
uma ideologia de vida, um eterno recomeço
uma reflexão do que quero, do que sou e do que posso conquistar!

sábado, 15 de maio de 2010

Crença

Odete Soares Rangel


Crer no homem
É uma incógnita?
Crer em Deus
É uma certeza!
Crer na vida
É ter esperanças.
Crer nos outros
É se iludir...
Crer no possível
É realizar o impossível
Crer no impossível
É sonhar e lutar.
Crer na glória
É crer em Deus
E crer em Deus
É a nossa salvação!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Canção Inacabada

Odete Soares Rangel


Um dia eu quis fazer uma canção de amor:
alegre, convincente, perfeita,
com gosto de beijo e cheiro de flor,
com a cor do por do sol do Guaíba.
Excitação na noite, abismo no infinito,
carinho na mão, tesão na cabeça,
e emoção no coração.
A vida é bela, querer é poder!
Então cantemos uma canção explosiva,
traduzindo, reforçando o verdadeiro amor.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Busca Incessante

Odete Soares Rangel

Porque as coisas parecem inatingíveis,
mesmo quando as buscamos,
em todos os lugares,
em todas as pessoas?
Estou aqui a procura de você,
mas você nem existe!
É fruto da minha vontade,
da minha fértil imaginação!
Estou cercada de pessoas,
mas sinto-me só.
Olho-as sorrindo,
parecem tão vazias,
seu interior chora como o meu,
mas fingem que são felizes.
Mas eu rebelo-me,
eu busco mais, eu quero mais.
Esse bar enfumaçado me desagrada,
esses copos cheios me tonteiam.
As luzes me despertam
para cada pessoa que entra
na esperança de que seja você.
Mas nada acontece? Paciência!
Pois é de tais coisas,
que são feitos nossos sonhos!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sonho

Odete Soares Rangel


Sonhei que era feliz,
que tinha um grande amor.
Tinha os olhos entreabertos,
braços entrelaçados,
coração disparando,
suor gelado,
e uma alegria infindável.
Senti-me uma rainha,
num imenso castelo,
cheguei até a sorrir,
mas depois acordei,
tudo ruiu a meus pés
regressei no tempo,
tomei o trem e voltei,
e descobri que hoje,
eu não tenho nada,
eu não sou ninguém.
O cotidiano me abraçou,
e eu vi que faltava você!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Tardia descoberta

Odete Soares Rangel


Um dia fui criança
Inconseqüente, rebelde
Levava a vida brincando
De esconder, de amar, de sofrer.
Pensava que era gente
E queria ser coisa grande
Jornalista, doutora, escritora?
E descuidei dos meus.
Entao cresci, estudei muito
Consegui quase tanto
Quanto desejei
Mas não curti minha família.
Meus pais estão no além
Sinto saudades,
Mas não sou Deus
Nao posso revivê-los
Ser coisa grande
Já não tem importância, evoluí
Imatura, escondia-me das verdades
Amei muito,
desamei
e por falta de amor sofri!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Uma canção para Nelson

Odete Soares Rangel


Hoje vi o sol através de você
internamente estava sem brilho
ao longe refletia no Guaíba.
Seus raios eram fugazes
e deslocando-se para um e outro lado,
chegavam até mim.
Senti, então, o calor emanado dele
era diferente para cada coração
olho para a água e sinto paz
a magnitude deste rio
transporta-me para o além
em busca daquilo que quero conquistar.
Mas meu caminho é interceptado
então eu choro, mas sorrio...
minhas lágrimas confundem-se com o leito do rio
a água fria me alcança
sem que eu a tenha tocado
as folhas das árvores se movendo me chamam
o gramado seco, sem vida pede água.
As pessoas andam, andam...
sobre suas cabeças pássaros sobrevoam,
orientando-as na direção certa.
E eu aqui parada, refletindo
cheguei ao final do percurso
mas não fiz exatamente
o trajeto desejado.
Então, fiquei desolada
sempre chego aonde quero
porém não sou feliz?
Foi aí que ouvi a voz de Deus:
Alegre-se, você conheceu Nelson!

domingo, 9 de maio de 2010

Silêncio

Odete Soares Rangel

Silêncio! É hora de meditar.
Preciso de paz.
Vou fechar os olhos e flutuar,
no tempo, no espaço, em você.
Quero ser feliz e sentir saudades,
quero ter você comigo,
eu preciso de um amigo.
Não fiquemos tristes,
a felicidade até existe,
um dia a gente chega lá.

sábado, 8 de maio de 2010

Sensações

Odete Soares Rangel


Nesta tarde linda de sol,
queria estar com você,
abraça-lo, beijá-lo,
tocar seus lábios, esquecer o mundo,
sentir seu corpo, seu calor
a brisa do vento soprando
a paz da natureza nos chamando
e só nós dois, num delírio louco
vivendo um louco amor impossível.
Queria ver os raios do sol
refletindo em seus olhos
acariciando seus cabelos.
E nós de mãos dadas, felizes
fazendo de conta que somos apenas um.
Depois vem a escuridão da noite
um manto negro encobrindo o céu
cobrindo-nos, transportando-nos,
para um indescritível além
para um finito, infinito
para a imensidão de um abismo
para algo que não sabemos o que é.
Talvez, uma mistura de sentimentos
um querer estar juntos e
o medo de perder-nos.
Vejo no fundo algo maravilhoso
parece um tapete mágico colorido
e sinto que tudo isto é vida
é a luta, é o amor, tentemos ser feliz!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sem direção

Odete Soares Rangel


Que coisa mórbida
torna-se o dia a dia
quando não se tem um amor,
e se perde a esperança.
É uma sensação estranha
de fracasso, incapacidade,
mas se somos capazes!
Porque nos sentimos desanimados,
com corpos inertes, mentes vazias,
pessoas sem identidade
seres autômatos, perdidos,
em busca de um ideal
que está dentro de nós mesmos
basta crer e lutar para reencontrar-se
e, então, descobrir,
o verdadeiro sentido
das nossas desilusões,
da nossa existência!