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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Infância, um tempo que deixa saudades

Odete Soares Rangel


Hoje eu e minha amiga Dulce fizemos alguns passeios e acabamos neste lugar, em Palhoça. Peculiar ele não? É muito mais do que isso, ele remonta um tempo feliz da minha vida que  não volta mais. O da infância com minha família, com meu velho pai e seu cavalo baio. Primeiro fiquei meio nostálgica porque eram só lembranças, mas depois alegrei-me, pois eu tive o privilégio de ter esse pai amoroso e bom caráter. Num tempo em que nem se falava em liderança, ele era um líder nato, um congregador.  E se não está entre nós hoje, plantou suas sementes para que germinassem e perpetuassem sua espécie. O resultado somos todos nós seus filhos.  Obrigada Pai por teres semeado dentro de mim tamanho amor. Vendo essas imagens me deu uma saudade louca! 



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Santander, uma mensagem fraudulenta a ser deletada

Odete Soares Rangel

Você lembra do Banco Santander. Eu sim, só que nunca tive conta nesse banco, como a maioria dos internautas que receberão essa mensagem. Se você receber, delete-a imediatamente, ela é fraudulenta. Além de querer roubar os nossos dados, ela nos faz perder tempo em deletá-la e divulgá-la  para tentar evitar que pessoas sejam  prejudicadas. Esse tipo de mensagem está se tornando uma "erva daninha",  mas esta tem um diferencial, é bem elaborada, talvez porque as demais que andam circulando são mal redigidas e perderam a credibilidade.


Copie-a e divulgue para seus amigos! 


---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Atendimento Santander. 
Data: 30 de setembro de 2011 01:03
Assunto: Sr(a) odete soares rangel - Informativo On-line.
Para: xxxx..com>



Santander
Cadastramento de computadores
Bom dia!
Senhor(a) odete soares rangel , por meio deste e-mail, informamos que criamos um novo sistema para a maior segurança em suas transações e operações no Internet Banking.

Este sistema consiste no cadastramento de seu computador, assim apenas o senhor(a) poderá efetuar transações por meio de nosso Internet Banking.

Como este será seu primeiro cadastro do computador, serão exigidos dados para a confirmação de que o senhor(a) é o real proprietário da conta, para que não hajam fraudes.
A partir do cadastro deste computador, você poderá utilizá-lo para o cadastramento de outros computadores, sem ser necessário a utilização de seus dados.
Lembrando que este procedimento é obrigatório, caso não seja efetuado em até 2 dias haverá bloqueio, sendo assim necessário a presença de seu gerente para o desbloqueio e a realização do cadastramento no mesmo momento.

Para iniciar o procedimento clique no link logo abaixo onde está seu nome:


xxxxx - Clique aqui.


Agradecemos sua colaboração!
Santander, sempre visando sua maior segurança e comodidade,
Santander é dos juntos.

Autenticação de usuário nº:853580.592081.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

LIBERDADE

Odete Soares Rangel


O texto a seguir é da escritora, poetisa e contista Cecília Meireles (1901-1964). Ela nasceu na cidade do Rio de Janeiro. Pode-se dizer que ela não teve uma família, pois ficou órfã de pai e mãe aos três anos de idade, época em que seus três irmãos já haviam falecido. Foi criada pela avó materna, "açoriana de São Miguel" (Portugal), a quem afeiçoou-se  e  de quem herdou a ternura. Quando professora, já se dedicava à literatura infantil. Sua poesia apresenta uma certa nostalgia e um desencanto, o que talvez justifique seus temas abordarem a fugacidade do tempo, o caráter transitório das coisas, da existência, cedendo lugar para a solidão e o sonho. Cecília, como muitos outros escritores, teve sua vida marcada pela fatalidade da morte, mas  transformou todo o sofrimento e a solidão,  em arte de qualidade.

Liberdade

Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, por isso sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se têm até morrido com alegria e felicidade.

Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam “Liberdade, Igualdade e Fraternidade!” nossos avós cantaram “ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”; nossos pais pediam: “Liberdade! Liberdade!/ abre as asas sobre nós!”; e nós recordamos todos os dias que “o sol da liberdade em raios fúlgidos/ brilhou no céu da Pátria...”- em certo instante. (revolução Francesa, 1789)

Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposição de cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela.

Ser livre - como diria o famoso conselheiro... é não ser escravo: é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado - é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Suponho que seja isso.)

Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes. (Novo paralelsimo formado por aposto).

Por isso os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir. (às vezes, é certo, quebra alguma coisa no seu percurso...)

Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!...) não acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento!...

Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos, e perdeu a vida.

E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da liberdade nas mãos!...

São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.

Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos que falam de asas, de raios fúlgidos – linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de Babel...

MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho. 2ª ed. Rio de Janeiro, Distribuidora Record, 1966.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Construtores da vida

Odete Soares Rangel

Quando recebi esse material tive o ímpeto de não abrir, mas a curiosidade foi mais forte e não me arrependi. Às vezes precisamos refletir sobre nossos pensamentos e ações, e esta apresentação não poderia ser uma lição melhor de como fazer isso.

Acesse o link da imagem, você verá todos os slides da apresentação, vale a pena perder alguns minutos, eles representarão uma experiência para toda uma vida.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Fado "Chuva"

 Odete Soares Rangel

Se você gosta de música portuguesa, eis aqui um belo fado para alegrar seu dia. Chuva de Marisa dos Reis Nunes (16.12.1973),  ou simplesmente Marisa, a cantadeira de fados como ela gosta de ser chamada.

Tem sido presença regular em palcos como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, o Lobero Theater, em Santa Bárbara, a Salle Pleyel, em Paris, a Ópera de Sydney ou o Royal Albert Hall. O jornal britânico The Guardian considerou-a «uma diva da música do mundo». (http://pt.wikipedia.org/wiki/Mariza)

Você pode ler e conhecer mais sobre essa encantadora fadista no endereço http://www.mariza.com/index.php?id=34 

http://www.youtube.com/watch?v=OzrUs08-SWs&feature=related


As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Estátua Viva

Odete Soares Rangel

Estatuísmo é a arte representada por incansáveis artistas que imitam poses e expressões de personagens diversos como anjos, reis, etc muitas vezes superando seus próprios limites físicos em busca da perfeição. 

Ainda é uma arte nova no Brasil. Os artistas precisam seguir as técnicas oficiais como respiração controlada e visão semi-serrada e não podem emitir sons, haja vista que parte  da origem dessa arte vem da mímica e esta não emite sons.  Os movimentos são característicos do personagem que o artista encarna e interpreta, eles precisam convencer o público, se isso acontecer a arte está bem representada, pode-se considerar que ele é de fato uma estátua viva. 
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=gmail&attid=0.1&thid=13285189b450947b&mt=
application/vnd.ms-powerpoint&url=https://mail.google.com/mail/?ui%3D2%26ik%3Da52efab113%26view%3Datt%26th%3D13285189b450947b%26attid%3D0.
1%26disp%3Dsafe%26zw&sig=
AHIEtbTDOAvYzkfkW53iMpWcFiSYenqVXg

Mas praticar essa arte não significa só se caracterizar como o personagem. O artista, além do uso das técnicas do estatuísmo, precisa ter  condicionamento físico adequado para o trabalho, conhecimento de atuação,  flexibilidade, estudar e conhecer o personagem que vai interpretar, o figurino e as maquiagens especiais.


A estátua da foto, além de maravilhosa, é um exemplo da complexidade que é essa representação, então vamos valorizar esses artistas heróis, contribuindo para que a arte deles possa continuar a existir.

Vamos valorizar também os blogueiros que reúnem materiais interessantes para a alegria e encantamento do leitor. Acesse o endereço da foto para apreciar as inúmeras outras estátuas vivas que o escritor compilou.  Você vai gostar! 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Viagem cultural através do Jornal Opção e Web Stuff

Odete Soares Rangel


Agradeço ao amigo David Morim que enviou-me este link enriquecedor com tantos materiais bons e culturais para dividir com os leitores do blog.  Para acessar qualquer um desses materiais click no link  http://www.revistabula.com/posts/listas/100-links-para-clicar-antes-de-morrer

Trata-se de uma seleção com os 100 melhores links publicados na coluna Web Stuff, do suplemento Opção Cultural, do Jornal Opção. Ele contém o que de melhor circulou na internet nos últimos três anos, e contemplam os mais díspares perfis e abrangem os mais diferentes segmentos e tendências: música, livros, cinema, fotografia, ciência, tecnologia, jornalismo, mídias sociais, artes e humanidades. 

Entre essas maravilhas, estão disponibilizados:

  • Toda a obra de Wolfgang Amadeus Mozart para download; 
  • O maior acervo de arte da internet; 
  • 750 mil livros para download; 
  • 1001 álbuns para ouvir antes de morrer; 
  • O maior acervo de vídeos de jazz da internet; 
  • A obra completa de Machado de Assis para download; 
  • 10 mil jornais de todo o planeta em um só lugar; 
  • 20 mil fotos de Henri Cartier-Bresson;
  • As 20 obras de arte mais caras da história; 
  • As 100 maiores canções de jazz de todos os tempos (com vídeo e áudio incorporados).
Estou certa de que sua bagagem cultural se ampliará muito com estas leituras. Eu amei, teste você também, pois materiais com essa qualidade devem ser usados e divulgados. Apenas faço uma ressalva para o clicar antes de morrer, que poderia ser substituída por uma frase mais positiva. Devemos sempre reverenciar a vida.


Ótima leitura!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Sinopse de O caso da Vara - Machado de Assis

Odete Soares Rangel

Damião fugiu do seminário às onze horas da manhã, numa sexta-feira de agosto, antes do ano de 1850, portanto, tempo de escravidão.

Do início ao final do conto, ele vive oprimido pela insegurança, pelo medo, o que está representado nas expressões: “espantado, medroso, fugitivo”...”espantado, incerto”... Para onde iria?” “trêmulo”..., “salve-me da morte, porque eu mato-me”..., “Damião suspirou alto e triste”..., “Damião respirou...olhos fincados no chão, acabrunhado”. “Damião ficou frio...cruel instante”..., “tinha jurado apadrinhar a pequena, que por causa dele atrasara o trabalho”. “...pegou na vara e entregou-a a Sinhá Rita”.

Para casa não poderia voltar. Seu pai um homem muito zangado, mandaria-o novamente para o seminário, para a prisão ou para o navio destinado a prender ou recolher os presos. Damião não podendo recorrer a família, o fez a Sra. Sinhá Rita. Ela possuía relações íntimas com seu padrinho Carneiro, assim poderia ajudá-lo fazendo com que este convencesse o pai de Damião a aceitá-lo de volta sem punição. Sinhá Rita, viúva e espantada, recusava-se a intrometer-se em negócios de família. Porém, lisonjeada com as súplicas de Damião intercedeu por ele.

Carneiro, criticou Damião por ter ido incomodá-la e queria castigá-lo, o que contrariou a Sinhá Rita. Carneiro pressionado por ela tentaria ajudar Damião e foi ter com seu pai, tarefa nada fácil. Sentia-se numa encruzilhada, teria de convencer o compadre ou iria ver-se com Sinhá Rita. 

Carneiro “com a pupila desvairada, a pálpebra trêmula, o peito ofegante”, e desolado buscava uma solução , ainda que fosse trágica. Desejou a morte de Damião, que um decreto dissolvesse a igreja ou extinguisse o seminário, pois assim se isentaria de confrontos. “Porque lhe não pedia outra coisa”? Enviou uma carta a Sinhá Rita, comunicando-a que ainda não obtivera uma solução, mas que tentaria no dia seguinte. Esta respondeu-lhe que caso não conseguisse, nunca mais a veria.

Nesse conto, há uma alusão a questão de dar uma tarefa muito difícil para quem não tem competência. Napoleão era um estrategista, se fosse delegar uma tarefa dessas a um barbeiro que só sabia fazer barba, o resultado seria catastrófico. Ele vê essa missão como uma batalha.

Fala da luta da gente perante à vida, nós temos uma sociedade paternalista em que o pai define o destino dos filhos.

Na realidade, hoje, mais da metade da população são enjeitados, escravos devido a um sistema capitalista altamente excludente. Para os detentores de capital tudo, para os menos favorecidos os restos, a miséria. Um trabalhador durante um mês, ganha um salário mínimo, o que significaria um quarto de senzala e comida, não diferindo portanto dos escravos daquela época.

A estrutura social explica isso, o pai assumiu um compromisso perante a Igreja e faria qualquer coisa para honrá-lo, assim como seu nome, pois isto seria necessário para ser alguém e estar inserido na sociedade.

Vemos aqui o continuísmo da sociedade patriarcal, em que a mulher era submissa ao homem.

O desenho social mostra o contraste entre aparência e essência, ou seja o que ocorre à margem da sociedade. Aqui, vemos a mulher disputando seu espaço por baixo do pano. Elas defendiam-se a si próprias, ou seriam escravizadas, haja vista a discriminação da raça negra.

domingo, 18 de setembro de 2011

Sinopse de "Pai contra a mãe" de Machado de Assis

Odete Soares Rangel

Este conto aborda os ofícios e aparelhos da escravidão narrando a história de um capturador de escravos que fazia isso para sobreviver, pois não se adaptava em qualquer outra função e passava por dificuldades financeiras. 

Caçar escravos trouxe-lhe novos encantos, não precisava obrigar-se a nada, apenas usar habilidades das quais já era detentor. 

O narrador dá uma série de informações históricas sobre a escravidão, com muitas fugas de escravos, situando o leitor no conto. 

O conflito dá-se entre Candinho Neves – o caçador de escravos que precisava salvar seu filho e Arminda – escrava fugida de propriedade de um senhor de escravos, que acabou perdendo seu filho na luta pela fuga, devendo ser esse fato, a origem do título do conto.

Esse fato demonstra o caráter trágico do conto, assim como, que ele nasce da maldade dos indivíduos ou da estrutura escravocata brasileira. Nessa, os escravos não eram tratados como seres humanos, mas como propriedade de seus donos, servindo-os e sujeitando-se aos castigos e ao trabalho pesado, etc. 

Dessa forma, não importava o sofrimento e a dor de Arminda, ainda que pedisse clemência em nome de seu filho que viria nascer. No momento em que ela aborta, seu dono está em desespero, mas pode-se depreender que tenha sido pela perda de um escravo (feto) e a possível morte de Arminda (escrava), e não por outro sentimento. 

Candinho havia saído desesperado e sem esperança, para levar seu filho à roda dos enjeitados. Desorientado resolveu encurtar o trajeto, quando, então, deparou-se com a escrava, objeto de sua salvação. 

Aí está uma peripécia que a vida lhe pregou, estava predestinado, desse desequilíbrio em que se encontrava, surge um equilíbrio com a recuperação da escrava, mas volta a desequilibrar-se novamente quando do aborto dessa. 

O narrador é irônico ao descrever os fatos dizendo que “Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão”. Obviamente, os escravos que fugiam eram os que não gostavam de submeter-se a essa vida desumana e por isso enfrentavam o perigo da fuga.

"Além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói". Essa citação do livro fala do escravo que custava caro para seu dono. “Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras”. 

Apesar de narrado em 3° pessoa, aqui está demonstrada a intromissão do autor com seu posicionamento. Por significar uma ação de manutenção da ordem, traduzia-se o ato de caçar escravos em nobreza, embora não fosse nobre. 

“A obrigação, porém, de atender e servir a todos feria-o na corda do orgulho, e ao cabo de cinco ou seis semanas estava na rua por sua vontade”. Tal citação, expressa a insatisfação de Candinho com o cumprimento das normas que lhe são impostas “atender e servir a todos”. 

E embora a necessidade de estabilidade numa sociedade tão desajustada, ele abandonou a profissão. Na sociedade não era muito diferente, as normas rígidas eram ditadas e as pessoas tinham de submeter-se a elas, embora contrárias à sua vontade. 

"Nem todas as crianças vingam, bateu-lhe o coração". O que Candinho expressa aqui é uma justificativa para aliviar sua consciência pela morte do filho da escrava em detrimento de salvar a vida do seu próprio filho.

Os contos O Caso da Vara e Pai contra mãe têm em comum a escravidão, a luta pela sobrevivência. Numa sociedade tão injusta e tão desumana, para sobreviver qualquer atitude é válida, ainda que represente um mal para outrem. Damião no Caso da Vara como Candinho em Pai contra a mãe são os opressores. Damião para livrar-se do seminário alcança a vara para punir a negrinha. Candinho para livrar seu filho provoca a morte do filho da escrava.

O conto “ Pai contra a mãe” mostra-se contra a escravidão, pois leva o leitor a refletir como ela era ruim para a sociedade. O autor ironiza quando nos mostra a escravidão como natural, mas a considera desumana e absurda. Na verdade ele quer que o leitor volte-se contra a escravidão, Machado era contrário ao patriarcado e favorável ao trabalho livre. Nesse conto, verifica-se toda uma condição humana de vida, uma escala de valores sobre uma sociedade plana. A moral dele é ditada pela necessidade, a do dono pelo poder e pela propriedade, pois queria recuperar a escrava e pagava por isso. Candinho Neves de vítima da sociedade, passa a ser o opressor em relação a Arminda, assim como Damião em O Caso da Vara.

Machado denunciou a escravidão, utilizando-se da análise e da reflexão, destruindo a idéia da "bondade dos brancos" ao libertarem os negros. Nas crônicas, contos e romances procurou desvendar os mecanismos econômicos e ideológicos que tentavam justificar, primeiro, a necessidade do trabalho escravo e, depois, a contingência imperiosa da libertação.

No caso da escrava da história “Pai contra a mãe”, ela foi criada pela natureza que assiste seu sofrimento, e pelo que vimos, só cessará quando ela morrer. Machado faz uma crítica social, assumindo uma fina ironia quando focaliza questões delicadas como o casamento, o adultério e a exploração do homem pelo próprio homem. Ele não hesita em mostrar a sua descrença nas aparências e a sua busca do que atrás delas se oculta.

sábado, 17 de setembro de 2011

Satélite cairá na atmosfera

Odete Soares Rangel

Segundo foi noticiado no Diário Catarinense de hoje, pedaços de um satélite de 20 anos usado para medir a camada de ozônio cairão na próxima semana na terra. O evento ocorrerá em locais imprevistos, e com riscos mínimos para a segurança da população informou a Nasa, já que a segurança é prioridade da agência espacial americana.

O satélite, que mede 3 por 10 metros, pesa 5,9 mil quilos e tem 10 instrumentos para medir as reações da camada de ozônio estava desativado desde 2005.A data de 23 de setembro é a prevista pela Nasa para a reentrada do satélite na atmosfera.

Não são conhecidas lesões decorrentes do reingresso de objetos espaciais.Ainda segundo a Nasa, a maior parte do satélite será incinerada ao entrar na atmosfera, mas alguns pedaços devem cair na terra, em locais impossíveis de precisar, dentro de um raio de 800 quilômetros.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Mãe, Floresta-Mãe

Odete Soares Rangel


Esse poema pode ser considerado um manifesto a favor da conscientização sobre a necessidade da preservação das nossas florestas. Ele foi escrito por Manuel de Sousa (FRC - Angola), em Luanda, aos 28 de março de 2002. Segundo o autor, ele foi dedicado às Mulheres do Tempo e às Florestas-Mães...da Existência do Homem.


No horizonte
ao longe,
vejo reflectido no céu da Mente
tudo o que sou
e aquilo que nunca serei
...e se algum dia lá chegar
"a ser ou a não ser!'
pois,
as vírgulas e pontos finais
vetam os caminhos da libertação
ao parágrafo que um dia escreverei
para além das auroras
e dos limites de qualquer página
escondida para além de uma resma
de papel ainda por transformar
de uma árvore que grita
ainda por cortar
e da motosserra que se afia
e se prepara para o destino sem fim
da estória que nunca existiu
e de uma lágrima celulósica
caída em desgraça e dor
na extinta pasta seca
da vida sem fotossíntese
do verde da folha sem alegria
jamais 
e sem vento
passando no entrebico
do cântico calado para sempre
do pássaro sem ninho
e sem eternidade jamais
a não ser que!
a não ser que...
a não ser que parem já
e escutem o coração da floresta 
tão Mãe como...
a Mulher Maria Mãe...
parindo no infinito do silêncio
a beleza da seiva existencial
e dos tempos por vir...


Fonte: O ROSACRUZ, Verão 2011, n° 275, p. 19

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

“Aproveitar a vida” de Martha Medeiros

Odete Soares Rangel

Anos atrás recebi esse texto para analisar em sala de aula. Eu era ainda jovem, idealista, quase acreditava em conto de fadas.  Com ele eu aprendi que a vida não é um conto de fadas, mas podemos transformá-la numa realidade saborosa. Obrigada Marta Medeiros por me fazer despertar e deixar o imaginário para quem ainda tem muito tempo para sonhar. Parafraseando o parágrafo oitavo desta crônica, viajei pouco, tenho o meu Bulova, meu Fit  Honda, a bolsa Louis Vitton ainda comprarei, mas em passagens aéreas invisto sempre que possível, com ida e volta marcada, pois voltar para a casa é uma delícia.


Você vai casar? Tendo 21 anos apenas? Que é isso, aproveite a vida antes de se amarrar.

Filhos? Estando casados só há seis meses? Não podem estar falando sério. Aproveitem a vida enquanto é tempo!

Muito bem, e quem vai bancar estes benefícios? Ora, quem. Os próprios. Ele e ela. Os acionistas majoritários dessa empreitada. É o casal que define os prêmios.

Ou seja: parece que a vida é aproveitada apenas na juventude, depois disso é tédio na certa. Se levarmos em conta que “depois disso” dura a maior parte da nossa vida, dá pra calcular o tamanho da encrenca.

O que é aproveitar a vida? Namorar muita gente, viajar para diversos lugares, permitir-se algumas irresponsabilidades, correr riscos e chegar tarde em casa sem precisar dar satisfação pra ninguém. Se você também acha que isso é tudo, então pelo amor de Deus, não invente de casar antes dos 30 e ter filhos antes dos 35, porque senão o proveito vai realmente ficar reduzido.

Tenho claustrofobia, descobri isso não dentro de um elevador, mas dentro da vida mesmo: se ela fica muito asfixiante, passo mal. Por isso resolvi aproveita-la também depois de casada e depois de ter filhos, já que, para mim, aproveitar a vida tem um único significado: viver com liberdade. E casamento e filhos não aniquilam com isso. A única dificuldade é você encontrar alguém que compartilhe desse ponto de vista. Se encontrar, fica fácil.

Eu não preciso namorar trezentos, eu posso aproveitar a vida tendo um relacionamento forte, de parceria, cumplicidade, sem estresse, sem chiliques, sem ciumeira boba.

Viajar para diversos lugares depende mais de ter dinheiro do que ter filhos. Como acho que viajar é mais importante do que ter um Rolex, uma BMW ou uma bolsa Louis Vitton, é em passagens aéreas que invisto. De ida e volta, porque tenho que voltar, e filhos também é uma viagem e tanto.

Pequenas loucuras é coisa para solteiros. Grandes loucuras fazem os maduros. Casar não é um risco? E ser pai e mãe neste mundo maluco? É assim que aproveito a vida, me permitindo as emoções maiores, as mais intensas, as que duram para sempre.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A Última Crônica de Fernando Sabino

Odete Soares Rangel

"A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever.

A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.

Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho -- um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.

A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.

São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura -- ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido -- vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.

Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso".

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Autodidata eu quero ser, aprender me faz crescer


Autodidata! Um belo jeito de aprender para quem não tem tempo de frequentar uma escola. E também para os que frequentam, mas necessitam aprimorar seus conhecimentos. Atendendo solicitação de conhecidos, estou divulgando uma pequena lista de sites interessantes que costumo consultar. Com eles, você pode estudar e aprimorar seus conhecimentos nas mais diversas áreas do conhecimento. Sempre que eu consultar novos endereços, os adicionarei neste post.

Aprender coisas novas, além de ser prazeroso, amplia nossas chances no universo profissional e dos relacionamentos. Os amigos que perguntam no Yahoo.respostas têm uma ótima oportunidade para se tornarem autodidatas.

A intenção é auxiliar o leitor nas pesquisas, assim é necessário manter as páginas atualizadas. Caso constate que algum link não está funcionando, solicito a gentileza de deixar comentário informando.

Pensando em você criei uma biblioteca virtual do ISSUU.  Para acessá-la, basta clicar no link abaixo e seguir as instruções. São inúmeras obras de todas as áreas para você ler e praticar no conforto da sua casa.


<http://odeter.blogspot.com.br/2014/05/acesse-minha-biblioteca-e-leia-os.html>

1. Atividades educativas - desembaralhar palavras


2. English Language
http://www.bbc.co.uk/worldservice/learningenglish/grammar/pron/features/spelling/(new)
http://dictionary.cambridge.org/
https://www.duolingo.com/  (new)




http://assets.cambridge.org/97805210/01854/sample/9780521001854ws.pdf    (new)
http://www.funtrivia.com/ (new)

7. Literatura, Mitologia e Folclore

www.lingolex.com/comveren.htm - Cached
http://www3.amherst.edu/~rjyanco94/liter… (Mother Goose rhymes)
http://cvc.instituto-camoes.pt/index.php
http://appex.blogspot.com/
http://www.citador.pt/pensar.php?pensamentos=Fernando_Pessoa&op=7&author=334

8. Língua portuguesa – Dicionário-gramática
http://acordoortograficopt.blogspot.com 
http://acordoortograficopt.blogs.sapo.pt
http://www.ciberduvidas.com/
http://www.colegioweb.com.br/portugues/processos-de-formacao-das-palavras-.html
http://www.conjuga-me.net/verbo-ser
http://dicionariorapido.com.br/fur/
http://emportuguescorrecto.blogs.sapo.pt/
http://falaresdanossalingua.blogspot.com/
http://www.gramaticaonline.net/gramaticaonline.asp?menu=1&cod=11
http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/gramhist/index.html
http://www.paulohernandes.pro.br/dicas/001/dica110.html
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/
http://www.portugues.com.br/gramatica/ortografia/abreviaturas-siglas.html


9. Movie mistakes
http://www.moviemistakes.com/ (new)

10. Siglas
http://www.portugues.com.br/gramatica/ortografia/abreviaturas-siglas.html

11. Tradutor
http://translate.google.com.br/#