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sábado, 27 de novembro de 2010

Antibióticos, novas regras para aquisição

Odete Soares Rangel

Domingo é dia de descanso, de ver Tv, ler jornal, curtir a família, passear, relaxar! Mas é impossivel furtar-nos as notícias boas, ruins ou até preocupantes que circulam na mídia. Enquadram-se nesta última, as novas regras criadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para a compra de antibióticos. Ela determina que os usuários só podem adquirir o medicamento se apresentarem uma receita especial de controle, em duas vias e com prazo máximo de dez dias, a contar da sua emissão.

No artigo publicado na Zero Hora deste domingo, o secretário do Conselho Federal de Medicina afirma que a iniciativa visa melhorar a saúde coletiva. Ou devemos ler classe média alta com plano de saúde ou condições de pagar uma consulta, o que está longe de ser coletivo. Os menos favorecidos que dependem do SUS encontram dificuldade para agendar uma consulta quando estão doentes, imaginem para conseguir uma receita. Antes recorriam as indicações dos farmacêuticos, como farão de agora em diante?

O antibiótico vendido livremente é um risco para o paciente, pois possibilita a automedicação, inclusive se a pessoa fizer uso prolongado e indevido de determinados medicamentos podem gerar outros problemas e até mesmo danificar órgãos. Nesse sentido, a nova regra é benéfica, e também coibi a indicação por farmacêuticos, alguns mais focados no lucro com a venda. Perdem estes que deixam de indicar e vender o produto, perde a população com menos recursos sem condições de pagar uma consulta médica e que não possuem um atendimento eficaz e ágil pelo SUS. Eles viam no farmacêutico sua "tábua de salvação".

Senhor secretário, não é suficiente criar normas para a compra de antibióticos. Para que elas cumpram sua função é necessário que se tenha uma saúde pública ágil e de qualidade, com recursos humanos qualificados e postos de saúde suficientes para atender a demanda. Pense nisso!

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