PLAYLIST

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Um genitor do mal

Odete Soares Rangel


Estou incrédula! Revoltada! Você como eu, talvez em muitas oportunidades, tenha se deparado com alguém na rua pedindo dinheiro. Esse fato sempre me deixa desconfortável, pois não sabemos se essa pessoa, realmente, é um carente.

Existem situações hilárias, para não dizer tristes! Tempos atrás encontrei um homem se é que assim pode-se chamá-lo, caminhando pela rua com um menino montado em seu pescoço. Interceptou-me e perguntou se eu sabia onde havia um centro espírita. Ao responder-lhe; apelou para o emocional disse que o menino estava doente, que precisava dinheiro para pagar as passagens e retornar para casa, que essas custariam R$ 12,00. Meio desconfiada, disse que poderia ajudar com R$ 2,00, ele tentou R$ 10,00 e eu dei-lhe apenas os dois reais. Naquele momento, já tinha quase certeza de que tratava-se de um vigarista.

Ontem, andando pelo centro de Florianópolis, deparei-me com esse verme utilizando os mesmos argumentos, a diferença foi que o reconheci e não caí nas suas artimanhas mais uma vez.

O que me deixa extremamente irritada é que essas pessoas sem escrúpulos usam crianças para extorquir dinheiro; inserem-as no mundo do crime, tornam-as refém da sua falta de vergonha e de caráter. E, em detrimento de formar um cidadão, formam um criminoso. Para esse tipo de pai, os filhos são, potencialmente, uma moeda de troca. Para os filhos, ter como pai um genitor do mal como esse, é uma tremenda decepção.


Parte dessa culpa é nossa, pois quando ajudamos criaturas como essa, contribuímos para que continuem agindo ilicitamente e nos tornamos suas vítimas. Assim; a partir de hoje, darei comida a quem tiver fome, água a quem tiver sede, mas dinheiro jamais! Faça o mesmo.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Martin Luther King, Jr. e sua luta contra o preconceito e a injustiça

Odete Soares Rangel

http://pt.wikipedia.org/
Martin Luther King, Jr. é o primogênito do pastor batista Martin Luther King e de Alberta Williams. Ele nasceu em Atlanta, na Geórgia, Estados Unidos.

Em 1953, casou-se com a estudante de Musica Coretta Scott. O casal teve quatro filhos.
Ele frequentou escolas públicas que praticavam a segregação racial. Aluno inteligente, concluiu o colegial aos 15 anos de idade e a faculdade aos 19. No ano de 1951, formou-se em um Seminário Teológico. Em 1955, obteve seu doutorado em Teologia pela Universidade de Boston.

Em 1954, King assumiu o cargo de pastor na Igreja Batista da Dexter Avenue em Montgomery, no estado do Alabama. Era uma instituição negra que se constituía de um público politicamente consciente contrário à discriminação racial.

King é considerado um dos maiores líderes negros na história dos Estados Unidos e lutou pacificamente por um mundo mais justo e igualitário. Em 1963, ele e outros líderes negros organizaram a “Marcha para Washington”, cujo protesto tinha cerca de 200.000 pessoas. Na ocasião, ele fez seu mais importante discurso e gritou ao mundo que ele sonhava com uma nação que despertasse e aceitasse todos os homens como iguais, independente de seus credos, cor, físico, status. Ele sonhava que seus filhos pudessem ser julgados pelo seu caráter em detrimento da cor da sua pele. Suas palavras expressaram o desejo de todos os negros dos Estados Unidos que lutavam pelos mesmo ideais e elas ecoaram pelo mundo inteiro.

Nos Sul dos EUA, os negros sofriam constante discriminação racial, eram proibidos de entrar em determinados restaurantes e lugares públicos. Os filhos de pais negros não podiam frequentar as mesmas escolas e universidades dos brancos. A discriminação era tanta que um homem negro corria o risco de ser assassinado se dirigisse um olhar ou conversa a uma mulher branca. Eles, também, não tinham o direito a voto mesmo que tivesse cursado uma faculdade.

As leis de segregação racial determinavam que os passageiros negros somente podiam ocupar os assentos no fundo dos ônibus, bem como conceder seus lugares a passageiros brancos, caso o ônibus viesse a lotar. Não raramente, eram frequentemente humilhados e agredidos por racistas brancos.

Em 1∘ de Dezembro de 1955, na cidade de Montgomery, no estado do Alabama, Rosa Parks, (líder da Associação Nacional de Avanço do Povo Negro), recusou-se a obedecer a ordem do motorista de um ônibus para ceder seu assento a um passageiro branco. Por essa decisão, ela foi detida e presa, o que gerou um boicote por parte da população negra, a qual recusou-se a utilizar os ônibus da cidade por um ano.

Foi como presidente da Associação para o Avanço de Montgomery que King iniciou sua luta pelos direitos civis nos Estados Unidos e coordenou o boicote à lei de segregação no transporte público. Sua luta era pacífica, inspirada em Ghandi, para tanto visitou a Índia na década de 50 em busca de conhecimento sobre a atuação desse importante líder. Apesar dessa postura contra a discriminação racial, ele foi preso, sua família ameaçada de morte e sua casa destruída.

Após o incidente com Rosa Parks, um advogado impetrou um processo no tribunal federal contra a lei de segregação dos ônibus da cidade de Montgomery, cuja instituição decretou que a lei era inconstitucional. O governo apelou, mas a decisão foi mantida, ganhava-se a primeira batalha pelos direitos civis.

Em 1957, King liderava a organização da Conferencia da Liderança Cristã no Sul, buscava acabar com as leis de segregação e contou com o apoio, inclusive financeiro, dos brancos da região norte.

A partir de 1960, King mudou-se para Atlanta e passou a trabalhar como pastor juntamente com o pai. Mas logo, voltou a liderar uma série de protestos em diversas cidades norte-americanas, visando acabar com a segregação racial em hotéis, restaurantes e outros lugares públicos. Em uma dessas manifestações, ele foi preso sob a acusação de causar desordem pública. Enquanto esteve na prisão, King expressou, em carta, sua inconformidade pela punição de pessoas que lutavam contra o preconceito racial e leis injustas. Mesmo após ser libertado, ele nunca abandonou as manifestações em prol dos direitos civis de todos os cidadãos dos Estados Unidos.

Em 1964, o governo promulga a Lei dos Direitos Civis de 1964, a qual proibiu a segregação racial em locais públicos, empresas e escolas. Nesse mesmo ano, King recebeu o Prêmio Nobel da Paz.

Em 1965, King obtém mais um sucesso, organizou uma marcha que resultou na aprovação da Lei dos Direitos de Voto de 1965 que abolia a realização de exames que visavam impedir os negros de votarem.

Em 4 de Abril de 1968, James Earl Ray, um franco atirador, assassina Martin Luther King, Jr. Na cidade de Memphis, Tennessee. Ele admitiu o crime e foi condenado a 99 anos de prisão.

Martin Luther King Jr. Contribuiu para o fim da segregação racial nos EUA e tornou-se um modelo de liderança e coragem; sua voz ecoará sempre nas nossas mentes e corações. Sem ele, essa luta teria sido uma página em branco.

É lamentável, porém, que preconceitos de gêneros diversos continuem acontecendo como vimos no caso de Susan Boyle, cantora escocesa, quando se apresentou no programa de calouros britânicos Britains´s Got Talent em 2009.

Ela foi olhada com desprezo pela sua aparência física e estética. Entretanto, após ouvirem-na cantar a musica I dreamed a dream do musical Os Miseráveis ela foi ovacionada pelos jurados e público em geral.

É bom lembrar como termina a letra dessa música Now life has killed the dream - I dreamed. Não se deve julgar para não ser julgado, vamos olhar as pessoas pelo que são, pelos valores e qualidades que elas possuem interiormente e não pelo aspecto aparente. Deixemos-nas sonharem e concretizarem seus sonhos, que Deus não permita que nossos preconceitos e nossa cegueira interrompam os sonhos dos nossos irmãos e iguais. Que existam e venham a público muitos Martins Luther King Jr e muitas Susans Boyle, cujos talentos e voz são inquestionáveis.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A memória

Odete Soares Rangel


Memória é uma palavra muito abrangente quando não delimitada, eis que pode possibilitar leituras diversas. Referindo-me a ela, posso falar de armazenamento de informações e imagens; de lembranças; de doenças mentais; de monumentos para comemorar os feitos de alguma pessoa ilustre, ou algum sucesso notável ou até mesmo de uma dissertação, na qual uma pessoa relate suas memórias, entre outras abordagens.

Meu foco é a memória como fonte de armazenamento de informações. Desde criança nós vivenciamos situações negativas e positivas que ficam gravadas na nossa memória para sempre. Passamos a vida inteira tentando esquecer as negativas e livrar-nos delas, mas certo dia sem que queiramos, elas voltam à mente, nos provocam, ativam nossas iras, lembram-nos dos nossos erros, nos fazem sentir culpados por algo. As coisas positivas nós guardamos na memória e no coração, fazemos questão de contar para as outras pessoas, pois são momentos de alegria que relembrados nos acalentam a alma e alimentam o espírito. Eu recordo com muita alegria minhas roupas de infância, minhas bonecas de pano, os pães especiais que minha mãe fazia para cada um de seus doze filhos, da nossa fazenda, da cachoeira, de andar a cavalo, da natureza exuberante, dos presentes de Páscoa, do dia das crianças, do Natal e Ano Novo, dos carinhos que eu recebia. Até dos castigos tenho saudades, pois eles me fizeram evoluir como ser humano. Em adulto não foi diferente, foram muitas conquistas no campo profissional ou pessoal, enfim vivi muitas emoções. Vivi muitos amores, viajei e estudei muito, desbravei espaços que eram quase impossíveis para uma mulher naquela época, todas essas coisas muito me orgulham e as retenho na memória. Mas, também, lembro de coisas tristes na fase adulta, as quais tento esquecer, mas elas sempre me assombram. Como a maioria dos poetas, minha vida é marcada pela morte: meus avós, meus tios, meus sobrinhos, meus pais, meus irmãos e muitos amigos. Isto sempre me faz sentir culpada, é como se eu tivesse falhado na minha missão por não tê-los salvo. Fico atônita quando olho para trás e penso que eu poderia ter agido diferente em determinadas situações, quão imatura eu me revelo hoje nas tomadas de decisões em algumas situações em épocas longínquas.

Enfim, não sou Deus; se eu falhei como ser humano, não posso me crucificar ou apagar essas vivências da minha memória. Esta é para nós o que queremos que ela seja, se quisermos viver bem hoje precisamos nos libertar do ontem. As pessoas não vivem de lembranças passadas, nem de expectativas futuras, mas sim de ações no presente. Minha memória é um composto de todas essas coisas sobre as quais discorri, mas eu estou feliz de tê-la e poder exercitá-la não só para armazenar as coisas do passado, mas também as do presente, ao passo que muitas pessoas, por inúmeras razões que não cabe aqui discutir, foram privadas dessa bênção.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Viver

Odete Soares Rangel 


Viver é um desafio, uma luta,
uma forma de corpo,
um sopro de vida,
um suspiro, uma dor,
uma felicidade, uma paixão,
uma amizade, uma tristeza,
um par de asas, uma louca liberdade.
Um coração que pulsa,
lateja, grita, chama.
Uma insatisfação,
um querer sempre mais?
É pensar positivamente,
entender as mutações,
acreditar em um Deus,
nas pessoas, compreendê-las.
Sentir sensações estranhas,
que nos fazem felizes,
como um toque de pele,
um carinho, um abraço,
um beijo, um prazer.
É sentir o universo e
aproveitar cada minuto,
como se fosse o último,
entregar-se ao amor,
viver perigosamente,
loucamente, mas VIVER!

domingo, 23 de maio de 2010

Violência

Odete Soares Rangel


É quase um obrigatório despertar
para a realização de um sonho mau,
intransigência, loucura, desespero
eles atimgem o clímax do limite,
da capacidade de suportar.
As coisas concretas obtidas não lhe bastam.
Estão desgastados pelo tempo,
pelas ações e pela espera quando nada muda!
Os fatos se repetem, o povo é massacrado
Os governantes falham, vai-se a esperança...
Nos filmes e nas novelas tudo fica bem no final,
mas para muitos a sorte e a felicidade nunca chegam.
Estão infelizes, famintos de alimento,
de cultura, de fé e de esperança.
Para esses a felicidade e a realização,
são tão irreais e inatingiveis,
que esquecem de rezar e de lutar!
Eles consideram o futuro sem futuro
e como não podem ser heróis
tornam-se os bandidos por excelência!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Um diário falido

Odete Soares Rangel


Hoje li um diário
os registros datam de 03.11.90,
comemorava-se o nascimento
de uma paixão, de um sentimento lindo
de duas vidas unidas em uma só.
Era lindo, desabrochou forte,
era a mais linda expressão do amor.
Lentamente foi mudando,
os registros tornaram-se menos freqüentes.
As emoções foram se esvaindo,
surgiram gotas de sangue,
o otimismo perdeu a força,
a esperança desvaneceu-se no ar.
Ficou a busca, o desencontro,
E o sonho que me impediram
De terminar de sonhar.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Momento Poético

Odete Soares Rangel


O que é um estímulo?
Um impulso, uma coragem,
uma esperança, uma fé.
Quem sabe você ainda os encontra!
O ser humano é um ser finito,
com capacidade de crescer até o infinito,
Um ser imperfeito,
em busca do seu primor,
da sua verdade, da sua realização.
Basta acreditar em si próprio,
nas pessoas.
Elas não são ruins.
Confie no futuro
e lute por algo melhor.
Por aquela coisa concreta,
pela vida sonhada.
Agradeça pelas coisas conseguidas.
E verás que viver bem é uma arte.
Comece a praticá-la agora.
Pare, sinta sua respiração.
Dentro de você existe um coração,
que bate forte, que diz:
Continue, esqueça o medo,
anime-se , segure a vida.
Lute pela sua ideologia
para que você possa crer
nos homens, no amanhã.
Mas, especialmente, em você mesmo!




Publicada no Boletim Informativo do Laboratório Geyer S.A. em 30/03/1988

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pai

Odete Soares Rangel


Hoje é dia de finados
não fui ao cemitério,
não acendi velas,
não mandei rezar missa.
Alguém deve ter falado
que eu não ligo para você
mas não é verdade
eu nunca lhe esqueço.
Nas minhas orações,
sempre rezo por você,
pela sua luz, pela sua paz.
Em todos os momentos de minha vida,
penso em você com carinho
como quando estavas aqui
porque eu o amo muito,
porque para mim,
você continua vivo,
Eternamente vivo,
dentro do meu coração!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Incerteza

Odete Soares Rangel


Ontem eu era eu,
hoje já nem sei quem sou.
Que poder tem o tempo,
de transformar as pessoas
em estrelas cintilantes?
Brilham, porque assim é a lei cósmica,
mas surge o dia, elas desaparecem.
Assim é meu pensamento,
meu querer, meu sentir, meu amar.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Enigma

Odete Soares Rangel


Hoje um grande enigma
me visita, todo de preto,
barba bem aparada, anônimo,
será um executivo ou uma alma do além?
Será um Homem ou um ser divino?
Chama-me e não me espera
eu procuro-o e não o vejo
desapareceu na multidão.
Terá sido real, ou apenas
fruto da minha imaginação
projetada num vulto qualquer,
numa sombra gigante,
transformando-se numa forma de corpo...
em um ser andante,
em busca de si mesmo
tentando decifrar o enigma que sou?

domingo, 16 de maio de 2010

Reflexão

Odete Soares Rangel


Hoje fiz uma pausa, repensei minha vida,
estou sempre em busca de mais,
não percebia tudo quanto já tinha.
Em meu cérebro, congelei várias imagens,
uni-as e explodi de alegria!
Fiz uma decupagem, que belo roteiro!
Descobri um mundo novo,
uma flor desabrochou
numa oração explosiva e musical.
Eu? Amadureci! Mas como recomeçar?
Expulsei do meu interior
todas as dores, decepções e fantasmas,
renovei as esperanças
e  acreditei numa força maior,
num Deus revelação.
Ele me ensinou que hoje é hoje,
que amanhã será sempre um novo dia,
com tempo possível de recomeçar.
Neste novo dia, cá estou: feliz, apaixonada,
num horizonte colorido, infinito, misterioso,
onde o querer sempre mais,
deixa de ser obsessão, torna-se uma conquista,
uma ideologia de vida, um eterno recomeço
uma reflexão do que quero, do que sou e do que posso conquistar!

sábado, 15 de maio de 2010

Crença

Odete Soares Rangel


Crer no homem
É uma incógnita?
Crer em Deus
É uma certeza!
Crer na vida
É ter esperanças.
Crer nos outros
É se iludir...
Crer no possível
É realizar o impossível
Crer no impossível
É sonhar e lutar.
Crer na glória
É crer em Deus
E crer em Deus
É a nossa salvação!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Canção Inacabada

Odete Soares Rangel


Um dia eu quis fazer uma canção de amor:
alegre, convincente, perfeita,
com gosto de beijo e cheiro de flor,
com a cor do por do sol do Guaíba.
Excitação na noite, abismo no infinito,
carinho na mão, tesão na cabeça,
e emoção no coração.
A vida é bela, querer é poder!
Então cantemos uma canção explosiva,
traduzindo, reforçando o verdadeiro amor.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Busca Incessante

Odete Soares Rangel

Porque as coisas parecem inatingíveis,
mesmo quando as buscamos,
em todos os lugares,
em todas as pessoas?
Estou aqui a procura de você,
mas você nem existe!
É fruto da minha vontade,
da minha fértil imaginação!
Estou cercada de pessoas,
mas sinto-me só.
Olho-as sorrindo,
parecem tão vazias,
seu interior chora como o meu,
mas fingem que são felizes.
Mas eu rebelo-me,
eu busco mais, eu quero mais.
Esse bar enfumaçado me desagrada,
esses copos cheios me tonteiam.
As luzes me despertam
para cada pessoa que entra
na esperança de que seja você.
Mas nada acontece? Paciência!
Pois é de tais coisas,
que são feitos nossos sonhos!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sonho

Odete Soares Rangel


Sonhei que era feliz,
que tinha um grande amor.
Tinha os olhos entreabertos,
braços entrelaçados,
coração disparando,
suor gelado,
e uma alegria infindável.
Senti-me uma rainha,
num imenso castelo,
cheguei até a sorrir,
mas depois acordei,
tudo ruiu a meus pés
regressei no tempo,
tomei o trem e voltei,
e descobri que hoje,
eu não tenho nada,
eu não sou ninguém.
O cotidiano me abraçou,
e eu vi que faltava você!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Tardia descoberta

Odete Soares Rangel


Um dia fui criança
Inconseqüente, rebelde
Levava a vida brincando
De esconder, de amar, de sofrer.
Pensava que era gente
E queria ser coisa grande
Jornalista, doutora, escritora?
E descuidei dos meus.
Entao cresci, estudei muito
Consegui quase tanto
Quanto desejei
Mas não curti minha família.
Meus pais estão no além
Sinto saudades,
Mas não sou Deus
Nao posso revivê-los
Ser coisa grande
Já não tem importância, evoluí
Imatura, escondia-me das verdades
Amei muito,
desamei
e por falta de amor sofri!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Uma canção para Nelson

Odete Soares Rangel


Hoje vi o sol através de você
internamente estava sem brilho
ao longe refletia no Guaíba.
Seus raios eram fugazes
e deslocando-se para um e outro lado,
chegavam até mim.
Senti, então, o calor emanado dele
era diferente para cada coração
olho para a água e sinto paz
a magnitude deste rio
transporta-me para o além
em busca daquilo que quero conquistar.
Mas meu caminho é interceptado
então eu choro, mas sorrio...
minhas lágrimas confundem-se com o leito do rio
a água fria me alcança
sem que eu a tenha tocado
as folhas das árvores se movendo me chamam
o gramado seco, sem vida pede água.
As pessoas andam, andam...
sobre suas cabeças pássaros sobrevoam,
orientando-as na direção certa.
E eu aqui parada, refletindo
cheguei ao final do percurso
mas não fiz exatamente
o trajeto desejado.
Então, fiquei desolada
sempre chego aonde quero
porém não sou feliz?
Foi aí que ouvi a voz de Deus:
Alegre-se, você conheceu Nelson!

domingo, 9 de maio de 2010

Silêncio

Odete Soares Rangel

Silêncio! É hora de meditar.
Preciso de paz.
Vou fechar os olhos e flutuar,
no tempo, no espaço, em você.
Quero ser feliz e sentir saudades,
quero ter você comigo,
eu preciso de um amigo.
Não fiquemos tristes,
a felicidade até existe,
um dia a gente chega lá.

sábado, 8 de maio de 2010

Sensações

Odete Soares Rangel


Nesta tarde linda de sol,
queria estar com você,
abraça-lo, beijá-lo,
tocar seus lábios, esquecer o mundo,
sentir seu corpo, seu calor
a brisa do vento soprando
a paz da natureza nos chamando
e só nós dois, num delírio louco
vivendo um louco amor impossível.
Queria ver os raios do sol
refletindo em seus olhos
acariciando seus cabelos.
E nós de mãos dadas, felizes
fazendo de conta que somos apenas um.
Depois vem a escuridão da noite
um manto negro encobrindo o céu
cobrindo-nos, transportando-nos,
para um indescritível além
para um finito, infinito
para a imensidão de um abismo
para algo que não sabemos o que é.
Talvez, uma mistura de sentimentos
um querer estar juntos e
o medo de perder-nos.
Vejo no fundo algo maravilhoso
parece um tapete mágico colorido
e sinto que tudo isto é vida
é a luta, é o amor, tentemos ser feliz!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sem direção

Odete Soares Rangel


Que coisa mórbida
torna-se o dia a dia
quando não se tem um amor,
e se perde a esperança.
É uma sensação estranha
de fracasso, incapacidade,
mas se somos capazes!
Porque nos sentimos desanimados,
com corpos inertes, mentes vazias,
pessoas sem identidade
seres autômatos, perdidos,
em busca de um ideal
que está dentro de nós mesmos
basta crer e lutar para reencontrar-se
e, então, descobrir,
o verdadeiro sentido
das nossas desilusões,
da nossa existência!