Odete Soares Rangel
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Em 1953, casou-se com a estudante de Musica Coretta Scott. O casal teve quatro filhos. Ele frequentou escolas públicas que praticavam a segregação racial. Aluno inteligente, concluiu o colegial aos 15 anos de idade e a faculdade aos 19. No ano de 1951, formou-se em um Seminário Teológico. Em 1955, obteve seu doutorado em Teologia pela Universidade de Boston.
Em 1954, King assumiu o cargo de pastor na Igreja Batista da Dexter Avenue em Montgomery, no estado do Alabama. Era uma instituição negra que se constituía de um público politicamente consciente contrário à discriminação racial.
King é considerado um dos maiores líderes negros na história dos Estados Unidos e lutou pacificamente por um mundo mais justo e igualitário. Em 1963, ele e outros líderes negros organizaram a “Marcha para Washington”, cujo protesto tinha cerca de 200.000 pessoas. Na ocasião, ele fez seu mais importante discurso e gritou ao mundo que ele sonhava com uma nação que despertasse e aceitasse todos os homens como iguais, independente de seus credos, cor, físico, status. Ele sonhava que seus filhos pudessem ser julgados pelo seu caráter em detrimento da cor da sua pele. Suas palavras expressaram o desejo de todos os negros dos Estados Unidos que lutavam pelos mesmo ideais e elas ecoaram pelo mundo inteiro.
Nos Sul dos EUA, os negros sofriam constante discriminação racial, eram proibidos de entrar em determinados restaurantes e lugares públicos. Os filhos de pais negros não podiam frequentar as mesmas escolas e universidades dos brancos. A discriminação era tanta que um homem negro corria o risco de ser assassinado se dirigisse um olhar ou conversa a uma mulher branca. Eles, também, não tinham o direito a voto mesmo que tivesse cursado uma faculdade.
As leis de segregação racial determinavam que os passageiros negros somente podiam ocupar os assentos no fundo dos ônibus, bem como conceder seus lugares a passageiros brancos, caso o ônibus viesse a lotar. Não raramente, eram frequentemente humilhados e agredidos por racistas brancos.
Em 1∘ de Dezembro de 1955, na cidade de Montgomery, no estado do Alabama, Rosa Parks, (líder da Associação Nacional de Avanço do Povo Negro), recusou-se a obedecer a ordem do motorista de um ônibus para ceder seu assento a um passageiro branco. Por essa decisão, ela foi detida e presa, o que gerou um boicote por parte da população negra, a qual recusou-se a utilizar os ônibus da cidade por um ano.
Foi como presidente da Associação para o Avanço de Montgomery que King iniciou sua luta pelos direitos civis nos Estados Unidos e coordenou o boicote à lei de segregação no transporte público. Sua luta era pacífica, inspirada em Ghandi, para tanto visitou a Índia na década de 50 em busca de conhecimento sobre a atuação desse importante líder. Apesar dessa postura contra a discriminação racial, ele foi preso, sua família ameaçada de morte e sua casa destruída.
Após o incidente com Rosa Parks, um advogado impetrou um processo no tribunal federal contra a lei de segregação dos ônibus da cidade de Montgomery, cuja instituição decretou que a lei era inconstitucional. O governo apelou, mas a decisão foi mantida, ganhava-se a primeira batalha pelos direitos civis.
Em 1957, King liderava a organização da Conferencia da Liderança Cristã no Sul, buscava acabar com as leis de segregação e contou com o apoio, inclusive financeiro, dos brancos da região norte.
A partir de 1960, King mudou-se para Atlanta e passou a trabalhar como pastor juntamente com o pai. Mas logo, voltou a liderar uma série de protestos em diversas cidades norte-americanas, visando acabar com a segregação racial em hotéis, restaurantes e outros lugares públicos. Em uma dessas manifestações, ele foi preso sob a acusação de causar desordem pública. Enquanto esteve na prisão, King expressou, em carta, sua inconformidade pela punição de pessoas que lutavam contra o preconceito racial e leis injustas. Mesmo após ser libertado, ele nunca abandonou as manifestações em prol dos direitos civis de todos os cidadãos dos Estados Unidos.
Em 1964, o governo promulga a Lei dos Direitos Civis de 1964, a qual proibiu a segregação racial em locais públicos, empresas e escolas. Nesse mesmo ano, King recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
Em 1965, King obtém mais um sucesso, organizou uma marcha que resultou na aprovação da Lei dos Direitos de Voto de 1965 que abolia a realização de exames que visavam impedir os negros de votarem.
Em 4 de Abril de 1968, James Earl Ray, um franco atirador, assassina Martin Luther King, Jr. Na cidade de Memphis, Tennessee. Ele admitiu o crime e foi condenado a 99 anos de prisão.
Martin Luther King Jr. Contribuiu para o fim da segregação racial nos EUA e tornou-se um modelo de liderança e coragem; sua voz ecoará sempre nas nossas mentes e corações. Sem ele, essa luta teria sido uma página em branco.
É lamentável, porém, que preconceitos de gêneros diversos continuem acontecendo como vimos no caso de Susan Boyle, cantora escocesa, quando se apresentou no programa de calouros britânicos Britains´s Got Talent em 2009.
Ela foi olhada com desprezo pela sua aparência física e estética. Entretanto, após ouvirem-na cantar a musica I dreamed a dream do musical Os Miseráveis ela foi ovacionada pelos jurados e público em geral.
É bom lembrar como termina a letra dessa música Now life has killed the dream - I dreamed. Não se deve julgar para não ser julgado, vamos olhar as pessoas pelo que são, pelos valores e qualidades que elas possuem interiormente e não pelo aspecto aparente. Deixemos-nas sonharem e concretizarem seus sonhos, que Deus não permita que nossos preconceitos e nossa cegueira interrompam os sonhos dos nossos irmãos e iguais. Que existam e venham a público muitos Martins Luther King Jr e muitas Susans Boyle, cujos talentos e voz são inquestionáveis.
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