Odete Soares Rangel
Grande Poe, eu quisera nesta idade
erguer teu vulto como o de uma estátua
para mostrá-lo em toda a claridade
à geração moderna, à mocidade
frívola e fátua!
(...) Sim, eu te
entendo sonhador exótico,
estranho sonhador,
eu compreendo o teu
pensar nevrótico,
a tua imensa dor.
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Quando leio teus livros, deles trago
a alma, como um farrapo machucada,
e em meu olhar estranhamente vago
paira a Alucinação desordenada
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Seja o delirium tremens muito embora
quem teu espírito espantoso enleva:
-és como o impossível de uma aurora
em que brilhasse um sol feito de treva.
Si houvesse, como tu, dez criadores
dessas visões nevróticas e ardentes,
da Insânia nos sublimes esplendores
todos nós rolariamos contentes!
Grande Poe, a loucura, que matou-te,
há de empolgar-me o cérebro algum dia:
- tu e eu, nós iremos da
amplidão
contra os sonhos falazes da Razão
semeando a Ironia!
(Medeiros de Albuquerque, Pecados).
Se você quiser conhecer um pouco sobre a obra de Edgar Allan Poe acesse o link: http://odeter.blogspot.com.br/2011/05/o-gato-preto-de-edgar-allan-poe.html.
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