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terça-feira, 17 de abril de 2012

Máscara mortuária de Graciliano Ramos

Odete Soares Rangel




Em 1941, Vinícius de Moraes escreveu o poema Saudade de Manuel Bandeira, dirigido ao poeta. 


Não foste apenas um segredo
De poesia e de emoção
Foste uma estrela em meu degredo
Poeta, pai! áspero irmão.

Não me abraçaste só no peito
Puseste a mão na minha mão
Eu, pequenino - tu, eleito
Poeta! pai, áspero irmão.

Lúcido, alto e ascético amigo
De triste e claro coração
Que sonhas tanto a sós contigo
Poeta, pai, áspero irmão?
Manuel Bandeira, admirador de Vinicius de Morais, e seu amigo, exerceu enorme influência sobre a poesia deste. No seu livro Belo belo (1948), Bandeira responde ao poema de Vinicius:
RESPOSTA A VINICIUS
Poeta sou; pai, pouco; irmão, mais.
Lúcido, sim; eleito, não.
E bem triste de tantos ais
Que me enchem a imaginação.
Com que sonho? Não sei bem não.
Talvez com me bastar, feliz
- Ah feliz como jamais fui! -,
Arrancando do coração
- Arrancado pela raiz -
Este anseio infinito e vão
De possuir o que me possui. 

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