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sábado, 4 de junho de 2011

O processo educativo e a relação professor-aluno

Odete Soares Rangel



Sou partidária de educar com responsabilidade, de uma educação participativa e inclusiva, do respeito mútuo entre professor e aluno, de um professor líder que se faça respeitar pelo conhecimento e não pela imposição do poder do cargo.

Hoje, o professor tem que ser muito criativo para prender a atenção do aluno e conquistar a sua confiança. Uma grande maioria dos alunos tem deixado a desejar. Eles desrespeitam e agridem o professor, não estão voltados para o aprendizado, vão para a escola porque são obrigados, durante a aula ficam teclando o celular e mandando mensagens para os colegas, conversando, não prestam atenção na aula, fazem cópias dos trabalhos da internet e apresentam como se fossem de sua autoria,  Não estudam para as provas e colam através do celular. 

Muito tem se falado sobre o Projeto de Lei 267/11, de autoria da deputada federal Cida Borghetti (PP-PR), que visa definir responsabilidades, deveres e punições aos estudantes agressores e desrespeitosos.

O projeto de lei está em análise na Câmara. Ele prevê punições para os alunos que desrespeitarem professores ou as regras éticas e de comportamento das escolas. Em primeira instância, os alunos seriam suspensos, em caso de reincidência, poderão ser encaminhados às autoridades jurídicas.

Essa ação implicaria em mudança no Estatuto da Criança e do Adolescente para inserção de claúsula normativa sobre a obrigatoriedade da correta conduta dos alunos para com o professor, enquanto estudantes no ambiente escolar. 

Cida Borghetti, com seu projeto de lei, visa proteger os professores que, rotineiramente,  sofrem atos de violência física e verbal por parte dos alunos, sem que  estes sejam punidos. Há quem aplauda a deputada, mas também há quem a critique e alegue que punição não é solução.

O assunto é polêmico e complexo. A educação carece de uma reforma profunda  e de uma oxigenação com políticas públicas eficazes e programas educativos interdisciplinares que motivem o aluno a aprender, que o ensine a conviver socialmente, que leve-o a refletir sobre sua conduta e a interferência dela na vida dos outros, e assim buscar a mudança.
 
O problema já começa em casa, alguns pais tentam compensar sua ausência sendo permissivos em demasia com os filhos, assim eles fazem o que querem e levam essa postura para a escola.
 
Algumas escolas são verdadeiros abandonos, sem qualquer infraestrutura e condições de uso.  Faltam verbas, recursos humanos e materiais, remuneração adequada dos profissionais, administração integradora e  motivadora  que aposte no acerto.  Mas existem administrações de escolas, que mesmo diante de toda essa situação decadente, se mobilizam e conseguem resultados surpreendentes. Outras, limitam-se a transferir sua incompetência e frustrações para o governo,  reclamam e imputam a este, seu insucesso. 
 
Como vemos, o problema não é tão simples, a ação de punir os alunos faltosos não vai sanar todas as deficiências da área da educação que interferem na relação professor-aluno. 

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