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"Esses organismos autotróficos, dispostos na superfície oceânica (compondo o fitoplâncton), consomem o gás oxigênio dissolvido na água para a sua respiração e liberam através do processo fotossintético cerca de 70 a 90% do oxigênio contido na atmosfera. Recebendo, portanto, a denominação de pulmão do mundo, diferente do que muitos pensam que seja a Floresta Amazônica." ( Fonseca, Krukemberghe - Graduado em Biologia)
A poesia "O último suspiro da Terra" de Tere
Penhabe retrata bem esse pedido de socorro em prol da preservação da
Amazônia. Sem ela, não haverá vida!
"O último suspiro da Terra" de Tere Penhabe
"O último suspiro da Terra" de Tere Penhabe
Sem ela, veremos morrer
o nosso planeta, tão rico, tão forte
mas hoje sem sorte
nas mãos do poder...
Poder econômico
demônio dos tempos
insensato prazer
que a tudo quer ter...
Sem saber, sem prestar atenção
na floresta que morre
cada dia um pouco mais
na madeira que some...
pelas mãos do poder!
Que têm nome, são seres
humanos talvez
embrutecidos pelo dinheiro.
Moeda falsa
que queima o pulmão
do planeta tão bom
para se viver!
O poema "Amazônia" de Manoel de Andrade é um lamento e um apelo pelo fim da destruição da Amazônia e pela preservação da vida, para que no futuro possa se falar em sustentabilidade. Os três pilares do desafio da sustentabilidade é manter em equilíbrio a relação entre: o desenvolvimento humano, o crescimento econômico e a preservação do meio ambiente.
A Amazõnia deve ser preservada, pois além de ser a maior floresta
do mundo, também representa dois quintos da América do Sul, a metade do
território brasileiro e é a maior bacia hidrográfica do planeta.
Hoje há um enorme desequilíbrio ambiental pelos
desmatamentos para a exploração com madeiras enchendo os bolsos de quem está
destruindo o ecossistema de foram irresponsável, assim como com as caças e a
pesca que extinguem várias espécies animais.
A Amazônia é brasileira, é nossa. Esperamos que os
governantes se preocupem com ela, com a sua destruição e instituam leis para a
sua preservação e para a punição severa de quem a desrespeitar e destruí-la.
Cidadãos do mundo respeitem, preservem e amem a natureza e a Amazônia, sem elas seus filhos não terão um futuro! Não conhecerão a beleza, a diversidade, a abundância, não tomarão água pura e não respirarão o ar puro que mantém a vida!
Amazônia de de Manoel de Andrade
Antes da pátria, eras úmida promessa…
Antes da pátria, eras úmida promessa…
semente primordial
árvore mãe
planta continental
arvoredo, floresta, selva palpitante.
Hoje canto tua
vertical beleza
o mogno gigantesco,
sua estatura secular
seu colossal diâmetro
canto essa caudalosa geografia
essa multidão de vidas que sustentas
canto o itinerário sazonal da seiva
e essa infinita
linfa…
parto de infinitas criaturas.
Canto teu verde planetário
e no teu imenso respirar,
canto o nosso pão de oxigênio…
Canto a ti… Amazônia
bosque inquietante da esperança…
e eis porque
denuncio esse machado cruel sobre teu
peito…
essa fruta milenar, dia a dia devorada.
Antes da grande nação…já eras tu…
a nação primogênita
filha dos filhos da mata.
A infância da pátria foste tu,
sílaba
aborígine, idioma tupi
cerâmica, canoa e tacape
ritual, dança e canção.
Foste tu a raiz,
sangue ameríndio
o parto da nacionalidade.
Hoje canto os povos da floresta
e o desencanto dessa memória esquecida.
Falo de sobreviventes
de tribos desgarradas
de aldeias tristes
de sonhos desmatados
de segredos e tradições pirateadas
das águas lavadas na bateia do mercúrio.
Amazônia….Amazônia…
quem deterá o teu martírio
uma vida tão diversa num
adverso viver…
Falo dos teus hectares de sangue
da lâmina cruel, da pira ardente
dessa cartilha de serras, rifles e archotes
dessa morte plural
na diversidade de aves e primatas
roedores, felinos e serpentes.
Falo de uma terra de cepos
de raízes degoladas
de caules retalhados
de castanheiras preservadas… a morrer de solidão.
Falo da linha negra do fogo
e desse cemitério de troncos defumados.
Falo da floresta sitiada
por uma legião de máquinas assassinas
falo de estradas e picadas clandestinas
de súbitas clareiras
desse assalto interminável… lento e invisível.
Falo de grileiros, posseiros, garimpeiros, bandoleiros
e de terras demarcadas sob a mira das pistolas.
Falo de dragas e crateras
das águas manchadas e dos rios estropiados.
Falo da vida degradada pelas pastagens da ambição.
Amazônia…Amazônia…
com que verde vestiremos nosso mapa
acuados pelo apetite voraz das motosserras,
por uma fronteira incinerante que avança insaciável.
Acuados pelo gatilho mercenário da violência
e pelo estigma oficial da impunidade.
Passo a passo e esse avizinhar-se do colapso…
quantos fóruns se abrirão para “resolver” essa tragédia!?
Crimes silenciados na cumplicidade regional dos gabinetes…
gritos sem eco nas vozes da omissão…
acenos sem resposta nos protocolos renegados…
e o poder dos maiorais contra tudo o que respira.
Deixaste ali teu heróico testemunho
teu seringal sagrado
teu rosto solidário.
Contigo… caiu o tronco ensangüentado…
Tua alma…teu nome…Chico Mendes,
sobrevivem em
deslumbrante hiléia,
na invisível bandeira das espécies
e na memória da pátria agradecida.
Depois chegaste tu…Dorothy
Stang…
estrangeira,
franzina e destemida
desafiando víboras
e chacais
e defendendo a floresta com a paz do nazareno.
Em Anapu ergueram teu calvário
mas hoje ergo aqui,
no jardim humilde da poesia,
a tua estátua de missionária imperecível.
Amazônia… Amazônia…
Quantos ainda cairão para que sobrevivas?
Com que vozes
cantaremos a esperança
enlutados pela
ausência dos que ousaram manter suas denúncias?
quem te fará justiça?
quem suspenderá esse cerco que te aperta lentamente?
como conter teu holocausto
e a agonia silenciosa das espécies?
E eis porque canto o desencanto da árvore secular que tomba
e essa sinistra paisagem de troncos decepados…
E falo da imensa copa baqueada…
seus frutos, seus aromas
remédios e resinas,
seus colares e adereços…
Falo de samambaias e orquídeas
de cipós e de bromélias agonizantes.
De garras, patas e plumagens…
de berços destroçados, de ninhos mortos
e dessa maternidade em lágrimas.
Falo do patrimônio ambiental da pátria
da grilagem descarada
de negociatas e falsos documentos.
Falo da destruição diária e sorrateira
de pastagens criminosas
e de uma ingrata agricultura.
Falo da natureza usada e abandonada
de uma terra arrasada
e de um deserto verde que cresce…dia a dia.
Eis tu…e eu te chamo legião…
o mundo te observa e nos pergunta: por quê???
e todos nos perguntamos: até quando???
os que irão nascer perguntarão quem foste tu e por que tanto
desamor…
os céus vigiam teus passos,
rastreiam teus crimes
e a tua sombra imensa que avança para o norte…
Sabem de ti o rei e os seus vassalos…
conhecem teus látegos
de aço
tua tocha incendiária
teus cúmplices e tuas vítimas
tuas mãos manchadas com o sangue da floresta…
Somos os que te acusamos
nessas sementes queimando
nessas pétalas feridas
nesses pássaros sem ninho…
Somos os que assistimos, impotentes, esse indigesto
banquete,
tua dieta vegetariana
e a euforia com que brindas o lucro e o bom negócio
nessa taça transbordante de cinzas, de sangue e de lágrimas…
Amazônia… Amazônia… sem lei, sem testemunhas…
e essa oficial
improvidência…
Nada que te ampare…
nada..
Talvez um vento reverso
uma chuva perene que apague essa queimada.
Talvez um decreto impossível
uma lei implacável
a mão de Deus, quem sabe…
a espada da justiça pra sangrar os que te sangram…
algo que feche essa ferida
algo que estanque essa agonia.
Quem sabe, o refluxo imperdoável do teu próprio martírio…
uma malária cruel…
algo que empeste essa ganância…
antes… bem antes
que essa segunda geração de abutres choque também os seus
filhotes.
Fonte: Livro CANTARES
editado pela Escrituras.
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4 comentários:
Muito lindo!
Obrigada! Seja bem vinda(o) ao blog e acompanhe as novidades.
Abços a todos,
Essa foto não é da Amazônia. Percebe-se pela vegetação diferente e relevo montanhoso, além das casa no fundo com telhado vermelho, o que é incomum na Amazônia onde se usa mais um telhado cinza ou laranja, de barro, não vermelho
Boa tarde Anônimo,
Obrigada pela sua informação, substituí a foto por uma da Wikipedia.
Abraços e obrigada,
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