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sábado, 19 de maio de 2012

Erro cirúrgico, o apelo de Jessica não foi ouvido


Odete Soares Rangel

Você deve ter lido na Zero Hora deste sábado, a matéria com o   título, "Hospital opera  olho errado de jovem durante transplante de córnea na Capital".

Não posso deixar de manifestar minha indignação contra o profissional que cometeu o equívoco.  Jessica, desde a infância, sofre de uma doença que atinge as córneas e pode levar a cegueira.

Ela tem 18 anos, e como toda a jovem de sua idade, deve ter muitos sonhos. Um deles era o de corrigir seu problema de visão no olho esquerdo.Mas seu sonho não foi só adiado, foi desconstruído, foi marcado pelo medo e pela insegurança de submeter-se a um novo procedimento. Como você se sentiria se estivesse no lugar de Jessica? Leia a matéria e comente-a, é o mínimo que podemos fazer para apoiar essa família e reivindicar que que a falha seja apurada e o culpado responsabilizado, embora isso não vá recuperar o olho de Jessica, nem amenizar o sentimento de impotência, a desilusão, e o estresse da família. Pense nisso!

Veja a matéria na íntegra e você terá a mesma indignação que tive. Apenas acho que o título deveria ser outro, pois hospital não opera, ele apenas é responsável pelos seus profissionais e pelos procedimentos que esses executam. De qualquer forma o parágrafo final dá mostras de como o assunto vai ser tratado, identificar as causas e propor melhorias. Isto é daqui para a frente, o que aconteceu antes, passou. À Jessica fica a solidariedade das pessoas que leram e se comoveram com o seu caso.

"Uma jovem de 18 anos que esperava resolver um problema de visão teve uma surpresa depois de um transplante de córnea no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Após esperar de mais de um ano na fila, a cirurgia prevista para corrigir o olho esquerdo foi feita no olho direito.

Desde a infância, Jessica Vinhola sofre de uma doença que atinge as córneas e pode levar à cegueira. Em entrevista ao RBS Notícias nesta sexta-feira, ela contou que há dois anos, com a ajuda de uma rifa, a família conseguiu dinheiro para uma cirurgia à laser, e a jovem passou a ter 80% da visão do olho direito. Para resolver o problema do olho esquerdo, Jessica esperou mais de um ano na fila de transplantes.

— Ela chegou ontem (quinta-feira) e foi marcada com uma fita no meio do rosto, botei colírio até a hora de entregar ela para ir ao bloco. Quando ela acordou, colocou a mão e se apavorou — relatou a mãe, Simone Kottvitz Vinhola, à reportagem da TV.

Jessica teria questionado um dos integrantes da equipe médica sobre o olho em que estava o curativo.

— Fiquei muito nervosa. Quando ele falou que estava certo eu pensei: "será que eu é que estou errando o lado"? — contou Jessica.

Em nota, o hospital reconheceu o erro e informou que está investigando o caso. A resposta alega que houve uma falha provocada pelo deslocamento do material que identificava o olho que deveria ser operado e se comprometeu a fazer um novo transplante o mais rápido possível.

— Como assim? Se tem uma fila de transplante, se tem uma fila de córneas? E os outros que estão na fila? Vão ser passados pra trás? — questionou a mãe.
Assista à reportagem do RBS Notícias

Contraponto

O que diz o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), por meio de sua assessoria de comunicação:

O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) realiza transplantes de córnea desde 1988, tendo feito, até o momento, cerca de 3 mil procedimentos. Em transplante de córnea realizado no dia 17 de maio, em uma paciente de 18 anos de idade, portadora de doença oftalmológica bilateral (nos dois olhos), uma falha ocorreu. Apesar do processo de marcação ter sido inicialmente realizado no olho correto, o transplante ocorreu no olho não programado, provavelmente devido a um deslocamento do dispositivo de marcação.

Logo após a constatação do fato, a equipe de oftalmologistas e anestesista responsável pelo atendimento, formada por profissionais de larga experiência na área, comunicou o ocorrido à família da paciente, comprometendo-se a buscar todas as soluções para que, o mais brevemente possível, seja realizado o transplante no olho originalmente indicado. O HCPA comunicou o fato à Central de Transplantes do Rio Grande do Sul.

Ao mesmo tempo, a Administração Central do HCPA e sua Gerência de Risco desencadearam a apuração rigorosa do ocorrido, a fim de identificar claramente suas causas e propor melhorias no processo de marcação do local de cirurgia."



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