Odete Soares Rangel
Você deve ter lido na Zero Hora
deste sábado, a matéria com o título,
"Hospital opera olho errado de
jovem durante transplante de córnea na Capital".
Não posso deixar de manifestar
minha indignação contra o profissional que cometeu o equívoco. Jessica, desde a infância, sofre de uma
doença que atinge as córneas e pode levar a cegueira.
Ela tem 18 anos, e como toda a
jovem de sua idade, deve ter muitos sonhos. Um deles era o de corrigir seu
problema de visão no olho esquerdo.Mas seu sonho não foi só adiado, foi
desconstruído, foi marcado pelo medo e pela insegurança de submeter-se a um
novo procedimento. Como você se sentiria se estivesse no lugar de Jessica? Leia
a matéria e comente-a, é o mínimo que podemos fazer para apoiar essa família e
reivindicar que que a falha seja apurada e o culpado responsabilizado, embora
isso não vá recuperar o olho de Jessica, nem amenizar o sentimento de
impotência, a desilusão, e o estresse da família. Pense nisso!
Veja a matéria na íntegra e você
terá a mesma indignação que tive. Apenas acho que o título deveria ser outro,
pois hospital não opera, ele apenas é responsável pelos seus profissionais e
pelos procedimentos que esses executam. De qualquer forma o parágrafo final dá
mostras de como o assunto vai ser tratado, identificar as causas e propor
melhorias. Isto é daqui para a frente, o que aconteceu antes, passou. À Jessica
fica a solidariedade das pessoas que leram e se comoveram com o seu caso.
"Uma jovem de 18 anos que
esperava resolver um problema de visão teve uma surpresa depois de um
transplante de córnea no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Após
esperar de mais de um ano na fila, a cirurgia prevista para corrigir o olho
esquerdo foi feita no olho direito.
Desde a infância, Jessica Vinhola
sofre de uma doença que atinge as córneas e pode levar à cegueira. Em
entrevista ao RBS Notícias nesta sexta-feira, ela contou que há dois anos, com
a ajuda de uma rifa, a família conseguiu dinheiro para uma cirurgia à laser, e
a jovem passou a ter 80% da visão do olho direito. Para resolver o problema do
olho esquerdo, Jessica esperou mais de um ano na fila de transplantes.
— Ela chegou ontem (quinta-feira)
e foi marcada com uma fita no meio do rosto, botei colírio até a hora de
entregar ela para ir ao bloco. Quando ela acordou, colocou a mão e se apavorou
— relatou a mãe, Simone Kottvitz Vinhola, à reportagem da TV.
Jessica teria questionado um dos
integrantes da equipe médica sobre o olho em que estava o curativo.
— Fiquei muito nervosa. Quando
ele falou que estava certo eu pensei: "será que eu é que estou errando o
lado"? — contou Jessica.
Em nota, o hospital reconheceu o
erro e informou que está investigando o caso. A resposta alega que houve uma
falha provocada pelo deslocamento do material que identificava o olho que
deveria ser operado e se comprometeu a fazer um novo transplante o mais rápido
possível.
— Como assim? Se tem uma fila de
transplante, se tem uma fila de córneas? E os outros que estão na fila? Vão ser
passados pra trás? — questionou a mãe.
Assista à reportagem do RBS
Notícias
Contraponto
O que diz o Hospital de Clínicas
de Porto Alegre (HCPA), por meio de sua assessoria de comunicação:
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) realiza
transplantes de córnea desde 1988, tendo feito, até o momento, cerca de 3 mil
procedimentos. Em transplante de córnea realizado no dia 17 de maio, em uma
paciente de 18 anos de idade, portadora de doença oftalmológica bilateral (nos
dois olhos), uma falha ocorreu. Apesar do processo de marcação ter sido
inicialmente realizado no olho correto, o transplante ocorreu no olho não
programado, provavelmente devido a um deslocamento do dispositivo de marcação.
Logo após a constatação do fato,
a equipe de oftalmologistas e anestesista responsável pelo atendimento, formada
por profissionais de larga experiência na área, comunicou o ocorrido à família
da paciente, comprometendo-se a buscar todas as soluções para que, o mais
brevemente possível, seja realizado o transplante no olho originalmente
indicado. O HCPA comunicou o fato à Central de Transplantes do Rio Grande do
Sul.
Ao mesmo tempo, a Administração
Central do HCPA e sua Gerência de Risco desencadearam a apuração rigorosa do
ocorrido, a fim de identificar claramente suas causas e propor melhorias no
processo de marcação do local de cirurgia."
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