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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ultrassom israelense que destroi tumores chega a SP

Odete Soares Rangel

Recebi essa matéria através de e-mail, pedindo sua divulgação. Todos nós sabemos que o Câncer vem matando crianças, jovens, adultos e idosos. E, se no último dia 14, o Instituto do Câncer do Estado de Sao Paulo (Icesp) inaugurou um serviço de ultrassom que pode auxiliar na cura, deve ser do seu interesse a divulgação da matéria. Algumas correções de acentuação foram realizadas para dar mais clareza ao texto.


O Instituto do Câncer do Estado de Sao Paulo (Icesp) inaugurou nesta quinta-feira (14) um serviço de ultrassom


– ondas sonoras de alta frequência que o ouvido humano é  incapaz de escutar – para destruir células canceri­genas, sem a necessidade de cirurgia e anestesia. 


O novo equipamento estará disponível a  populaçao pelo Sistema unico de Saude (SUS).
Apesar do efeito do ultrassom em tumores já ser conhecido, o novo equipamento consegue focar ate mil feixes em um único ponto 

– com a ajuda de um aparelho de ressonância magnética. 

Com o calor, as células cancerígenas sao queimadas, sem que o aumento de temperatura afete os tecidos saudáveis vizinhos.

Único na America Latina, o aparelho é de tecnologia israelense e custou R$ 1,5 milhao.  Segundo Marcos Roberto de Menezes, diretor do setor de diagnóstico por imagem do Icesp, seis mulheres já foram atendidas com sucesso para casos de miomas – tumores benignos, de tecido muscular e fibroso, conhecidos por afetar o útero.


MRgFUS 1 (Foto: Mário Barra / G1)

Aparelho de ultrassom de alta frequência (em azul), ligado a uma esteira para receber pacientes durante ressonâncias magnéticas.


O Icesp já solicitou protocolos de pesquisa para testar a eficiência da técnica em metástases – câncer que se espalharam pelo corpo – ósseas.


“Essa tecnologia ainda é experimental, não só no Brasil, como em outros centros do mundo”, afirma Marcos.
“No caso das metástases, a aplicaçao seria um paliativo, mais indicada para reduzir as dores causadas pelo tumor e aumentar a qualidade de vida do paciente.”

Como funciona:

O tratamento, no entanto, não serve para qualquer paciente. Um estudo anterior precisa ser feito para saber quem pode passar pelo ultrassom.

“Dois fatores que são levados em conta na escolha das pacientes sao o local dos tumores e o tamanho deles”, explica o médico do Icesp.


A técnica dispensa o uso de anestésicos. “As pacientes ficam conscientes durante toda a operação, recebem apenas sedativos”, explica Marcos.
Segundo o médico, o procedimento não causa dor intensa. “As pacientes costumam reclamar de dores parecidas com cólicas menstruais, mas isso somente durante o exame.”


Infográfico MRgFUS 1 (Foto: Arte / G1)



No caso do uso da terapia contra miomas, as pacientes deitam, de bruços, em uma esteira usada comumente em exames de ressonância magnética.
O aparelho de ultrassom fica logo abaixo da cintura.


A grande vantagem é que as áreas ao redor do tumor não são afetadas, a técnica é muito precisa, só ataca onde é necessario”

Marcos Roberto de Menezes, diretor do setor de diagnóstico por imagem do Icesp


O diagnóstico por imagem permite conhecer as áreas onde estão os miomas. Após definir os pontos que serão destrui­dos pelo calor, os médicos começam a disparar as ondas sonoras em pequenos pontos dos tumores.


Cada pulso demora apenas alguns segundos. Vários são necessários para queimar uma área inteira. 

Toda a operação pode levar até, no máximo, 2 horas.

O ultrassom eleva a temperatura das células cancerígenas até 80º C.

“Esse calor destrói qualquer tipo de celula”, diz Marcos.
“A grande vantagem é que as áreas ao redor do tumor não são afetadas, a téecnica é muito precisa, só ataca o que é necessário.”

Novo laboratório

O Icesp também inaugurou o Centro de Investigaçao Translacional em Oncologia – uma rede com 20 grupos de pesquisa em câncer.
O espaço foi aberto em cerimônia que contou com a presença do governador Geraldo Alckmin e de Paulo Hoff, diretor do instituto.

Com uma área de 2 mil metros quadrados, o andar no Icesp vai permitir o avanço em estudos sobre o câncer que reinam conhecimentos de áreas diversas como a biologia molecular, epidemiologia e a engenharia genética. O custo do investimento foi de R$ 2 milhões.

O objetivo, segundo Roger Chammas, professor de oncologia do Icesp e responsável pelo espaço, é reunir todo o conhecimento que se encontra espalhado nas frentes de pesquisa de órgãos como a USP, o Hospital A.C. Camargo e Instituto do Coração.


MRgFUS 2 (Foto: Mário Barra / G1)

Sala do recém-inaugurado Centro de Investigaçao Translacional em Oncologia


Entre os equipamentos disponíveis para receber os grupos de pesquisa estão microscópios a laser, sequenciadores de DNA e centrífugas. 


Haverá também um banco de amostras de tumores, que serão congelados para conservação.

Essa troca de informações é o que classifica o laboratório como “translacional”. “Essa palavra quer dizer que os conhecimentos de uma área em medicina sao traduzidos para outra, com o objetivo de fazer o progresso das pesquisas ser integrado”, explica Chammas.

Segundo Giovanni Guido Cerri, secretário estadual de Saúde, a importância do espaço está na busca futura de novos tratamentos contra o câncer. 

Este novo laboratório e o serviço de ultrassom de alta frequência colocam São Paulo em uma posiçao privilegiada na rede nacional de atenção ao câncer, afirma o secretário.

Tagsmedicina Categoria: Ciencia e Tecnologia

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