Odete Soares Rangel
Depois das tragédias ocorridas no Japão, e tendo amigos que residem em Macau, estávamos apreensivos por notícias. Sueli, uma dessas amigas, enviou-me o endereço do site http://hojemacau.com.mo/, um jornal de circulação semanal, que traz as principais informações sobre Macau e região. Vale a pena ler!
A notícia transcrita a seguir foi retirada da edição do dia 15.03.2011 do referido jornal e nos atualiza sobre as tragédias no Japão.
"O número de mortos no Japão ultrapassa já os dez mil devido ao sismo e tsunami que abalaram o país na sexta-feira. O Governo japonês teme que a qualquer momento ocorra uma nova explosão junto de um dos reactores da central de Fukushima I, que fica a 240 quilómetros a nordeste de Tóquio.
Depois do sismo de 8,9 na escala de Richter que abalou o Nordeste da ilha de Honshu e lançou uma onda gigante de dez metros sobre a costa, o perigo nuclear continua à espreita. No sábado, a parte exterior do reactor 1 da central Fukushima I explodiu, obrigando 180 mil pessoas que vivem a menos de 20 quilómetros da estação a abandonarem as suas casas.
Ontem a possível acumulação de hidrogénio aumentava o risco de acontecer o mesmo no reactor 3 da central. “Não podemos excluir que se possa produzir uma explosão ao nível do reactor 3 devido a uma possível acumulação de hidrogénio”, disse o porta-voz do Governo Yukio Edano, adiantando que o núcleo central onde está o combustível radioactivo continua seguro.
A explosão de sábado, que deitou pelos ares o tecto da parte exterior de cimento do reactor 1, também não comprometeu o núcleo. Mesmo assim, o desastre já foi classificado pela Agência de Segurança Nuclear e Industrial japonesa como nível 4 na escala na Escala Internacional de Acontecimentos Nucleares. A gravidade do acidente ficou logo abaixo da explosão de Three Mile Island em 1979, nos Estados Unidos, de nível 5, e longe do acidente de Chernobil, em 1986, na ex-URSS, que foi classificado com o nível 7, o máximo da escala.
Mesmo assim, segundo as agências, 22 pessoas já foram contaminadas pela radiação. As autoridades dizem que 190 pessoas estavam dentro dos 10 quilómetros de raio de distância, quando a radiação subiu acima dos limites desejáveis.
A Fukushima II, a outra central que apresenta os mesmos perigos que a Fukushima I, com aumento de pressão nos reactores nucleares devido à falha na refrigeração dos reactores, já obrigou a que 30 mil pessoas que viviam a dez ou menos quilómetros da estação abandonassem as suas casas. A empresa japonesa Tokyo Electrical Power Co (Tepco), dona das instalações, continua a tentar diminuir a temperatura e a pressão dos reactores das centrais utilizando água do mar e ácido bórico.
Milhões sem electricidade
O resto do país vive ainda no caos. Segundo a agência noticiosa Kyodo, 5,5 milhões de japoneses não têm electricidade. Só os desalojados são cerca de 300 mil. O tsunami deixou cidades destruídas, estima-se que 20.820 edifícios tenham ficado destruídos ou muito danificados. Por exemplo, a cidade de Minamisanriku, na província de Myagi, no Nordeste do Japão, tenha ficado completamente destruída devido às ondas gigantes. Ainda não se conhece o paradeiro de mais de metade das 17.500 pessoas que viviam aqui.
Em Tóquio, que foi bem menos fustigado, as pessoas olham para o sucedido e recordam-se do sismo de 1923, um abalo de 7,9 na escala de Richter que ceifou a vida a 140 mil. “Mesmo nos cafés, continuamos a olhar para as notícias”, disse à Reuters Kasumi, uma mulher de 26 anos, no distrito de Akasaka na capital. “Olhei para o tsunami a engolir as casas e parecia um filme.”"
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