Vírus Zika e Microcefalia. Este post objetiva levar
informação e tranquilidade às mulheres sobre essas doenças. As mulheres e a
população não devem acreditar em tudo o que ouvem e leem, pois há muita
desinformação sobre o assunto. E, também, gente maldosa e irresponsável
explorando imagens de crianças para disseminar terror, mesmo quando não existe.
Informem-se, leiam sobre as doenças e façam a sua parte quando a situação exigir.
Dissemine seu conhecimento sobre o assunto sempre que tiver a
oportunidade. Dessa forma estará
ajudando muitas outras pessoas.
"Perguntas e respostas – Microcefalia
Acesse aqui as notas informativas
Informe Epidemiológico nº 02/2015 – Semana Epidemiológica 47
(22 A 28/11/2015) Monitoramento dos casos de microcefalia no Brasil
Informe Epidemiológico nº 01/2015 – Semana Epidemiológica 46
(15 A 21/11/2015) Monitoramento dos casos de microcefalia no
Brasil
Procedimentos preliminares a serem adotados para a
vigilância dos casos de microcefalia no Brasil
Uso de repelentes de inseto durante a gravidez (ANVISA)
Nota sobre medida do perímetro cefálico para diagnóstico de
bebês com microcefalia relacionada ao vírus zika
- O que é a microcefalia?
A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma
malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada.
Neste caso, os bebês nascem com
perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 32 cm.
- Quais as causas desta condição?
Essa malformação congênita pode ser efeito de uma série de fatores
de diferentes origens, como substâncias químicas e agentes biológicos
(infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
- O que é o vírus Zika?
O vírus Zika é um arbovírus (grande família de vírus),
transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti.
- Já há confirmação que o aumento de casos de microcefalia
no Brasil é causado pelo vírus Zika?
O Ministério da Saúde confirmou no sábado (28/11) a relação
entre o vírus Zika e o surto de microcefalia na região Nordeste. O Instituto
Evandro Chagas, órgão do ministério em Belém (PA), encaminhou o resultado de
exames realizados em um bebê, nascida no Ceará, com microcefalia e outras
malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada a
presença do vírus Zika.
A partir desse achado do bebê que veio à óbito, o Ministério
da Saúde considera confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de
microcefalia. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial.
As investigações sobre o tema devem continuar para
esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo
humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante.
Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de
gravidez.
O achado reforça o chamado para uma mobilização nacional
para conter o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, responsável pela
disseminação doença.
- A microcefalia pode levar a óbito ou deixar sequelas?
Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo
mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento
cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a
caso. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento
e a qualidade de vida.
- Como é feito o diagnóstico?
Após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico
é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento. Este
período é um dos principais momentos para se realizar busca ativa de possíveis
anomalias congênitas. Por isso, é importante que os profissionais de saúde
fiquem sensíveis para notificar os casos de microcefalia no registro da doença
no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc).
- É possível detectar a microcefalia no pré-natal? Apenas a
ultrassonografia é suficiente?
Sim. No entanto, somente o médico que está acompanhando a
grávida poderá indicar o método de imagem mais adequado.
- Qual o tratamento para a microcefalia?
Não há tratamento específico para a microcefalia. Existem
ações de suporte que podem auxiliar no desenvolvimento do bebê e da criança, e
este acompanhamento é preconizado pelo Sistema Único da Saúde (SUS). Como cada
criança desenvolve complicações diferentes - entre elas respiratórias,
neurológicas e motoras – o acompanhamento por diferentes especialistas vai
depender de suas funções que ficarem comprometidas.
Estão disponíveis serviços de atenção básica, serviços
especializados de reabilitação, os serviços de exame e diagnóstico e serviços hospitalares, além de órteses e
próteses aos casos em que se aplicar.
Com aumento de casos que ocorre neste momento, o Ministério
da Saúde, decidiu elaborar, em parceria com as secretarias municipais e
estaduais de saúde, um protocolo de atendimento voltado a essas crianças. Este
protocolo vai servir como base de orientação aos gestores locais para que
possam identificar e estabelecer os serviços de saúde de referência no
tratamento dos pacientes, além de determinar o fluxo desse atendimento.
Há um tipo de microcefalia, a Sinostose craniana, que não é
a que está tendo aumento do número de casos, por não ser de causa infecciosa,
que pode ser corrigida por meio de cirurgia. Neste caso, geralmente, as
crianças precisam de acompanhamento após o primeiro ano de vida.
- Quais estados estão apontando crescimento de casos de
microcefalia acima da média?
Até o dia 28 de novembro, foram notificados à Secretaria de
Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde 1.248 casos suspeitos de
microcefalia, identificados em 311 municípios de 14 estados do Brasil. O estado
de Pernambuco mantem-se com o maior número de casos (646), sendo o primeiro a
identificar aumento de microcefalia em sua região e que conta com o
acompanhamento de equipe do Ministério da Saúde desde o dia 22 de outubro. Em
seguida, estão os estados de Paraíba (248), Rio Grande do Norte (79), Sergipe
(77), Alagoas (59), Bahia (37), Piauí (36), Ceará (25), Maranhão (12), Rio de
Janeiro (12), Tocantins (12), Goiás (02), Distrito Federal (1) e Mato Grosso do
Sul (1).
- Há registro de ‘surtos’ de microcefalia em outros países?
O Zika é considerado endêmico no Leste e Oeste do continente
Africano. Evidências sorológicas em humanos sugerem que a partir do ano de 1966
o vírus tenha se disseminado para o continente asiático. Atualmente há registro
de circulação esporádica na África (Nigéria, Tanzânia, Egito, África Central,
Serra Leoa, Gabão, Senegal, Costa do Marfim, Camarões, Etiópia, Quénia, Somália
e Burkina Faso) e Ásia (Malásia, Índia, Paquistão, Filipinas, Tailândia,
Vietnã, Camboja, Índia, Indonésia) e Oceania (Micronésia, Polinésia Francesa,
Nova Caledônia/França e Ilhas Cook).
Casos importados de Zika vírus foram descritos no Canadá,
Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e Austrália. O Brasil está entre os
países que apresentaram circulação autóctone (natural do lugar em que se
encontra) em 2015, juntamente com outros países da América do Sul (Paraguai, Colômbia
e Suriname) e Central (Guatemala).
- Quais exames estão sendo realizados nas crianças e nas
gestantes dos estados que já
notificaram o Ministério da Saúde?
A partir dos casos identificados em Pernambuco, estão sendo
realizadas investigações epidemiológicas de campo, tais como: revisão de
prontuários e outros registros de atendimento médico da gestante e do
recém-nascido.
Também estão sendo feitas entrevistas com as mães por meio
de questionário. Os casos seguem para investigação laboratorial e exames de
imagem como a tomografia computadorizada de crânio.
- Qual período da gestação é mais suscetível à ação do
vírus?
Pelo relatado dos casos até o momento, as gestantes cujos
bebês desenvolveram a microcefalia tiveram sintomas do vírus Zika no primeiro
trimestre da gravidez. Mas o cuidado para não entrar em contato com o mosquito
Aedes aegypti é para todo o período da gestação.
- Neste momento, qual é a recomendação do Ministério da
Saúde para as gestantes?
Neste momento, o Ministério da Saúde reforça às gestantes
que não usem medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde e que
façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase, além de
relatarem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante
a gestação. Também é importante que elas reforcem as medidas de prevenção ao
mosquito Aedes aegypti, com o uso de repelentes indicados para o período de
gestação, uso de roupas de manga comprida e todas as outras medidas para evitar
o contato com mosquitos, além de evitar o acúmulo de água parada em casa ou no
trabalho.
Independente do destino ou motivo, toda grávida deve
consultar o seu médico antes de viajar.
- Neste momento, qual é a recomendação do Ministério da
Saúde para gestores e profissionais de saúde?
É importante que os profissionais de saúde estejam atentos à
avaliação cuidadosa do perímetro cerebral e à idade gestacional, assim como à
notificação de casos suspeitos de microcefalia no registro de nascimento no
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Por ser uma fonte de
contato direto com a população, os profissionais também devem reforçar o alerta
sobre os cuidados para evitar a proliferação do mosquito dadengue, e orientar
as gestantes sobre as medidas individuais de proteção contra o Aedes aegypti.
Além da notificação no Sinasc, o Ministério da Saúde enviou orientação para que
seja feito o registro em uma ficha específica, adotada de maneira excepcional,
que trás mais detalhes dos casos que serão investigados.
O Ministério da Saúde divulgará nesta semana a atualização
das orientações sobre vigilância e manejo clínico. Também, neste momento, uma
equipe técnica do ministério trabalha na elaboração de um plano de ação
nacional, que deve ser lançado na próxima semana."
Fonte:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/197-secretaria-svs/20799-microcefalia