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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Aquilo por que lutei

Odete Soares Rangel


Três objetivos, audaciosos, fortes, o último deles não tão bem definido dirigem minha trajetória de vida: O anseio de ser independente, de ter um grande amor e de ser uma pessoa famosa. Tais objetivos, como grandes vendavais, impelem-me para a terra e para o céu, em curso instável, num mar de muitos questionamentos e poucas certezas.

Iniciei pela conquista da independência – porque esta me proporcionaria liberdade de ação e movimento, o que para mim, é símbolo de felicidade. Ambicionava-a, ainda, porque eu queria adquirir coisas que me trouxessem conforto, bem-estar, prazer e um futuro tranquilo: Casa, carro, viagens,aposentadoria, etc...

Depois, caminhei em direção ao grande amor, aquele que, na minha imaginação, nos faz perder a razão, flutuar, sonhar, delirar. Com ele, somos felizes: rimos e choramos sem motivo. Insistia em encontrá-lo porque me libertaria da solidão do coração – sensação essa que não tem limites e invade todo nosso ser e nossos espaços, se apossando dos nossos sentimentos mais íntimos e tornando-os mais cruéis e nós mais sofredores. Ambicionava-o porque vislumbrava nele, a renovação infinita da alegria no coração a cada minuto. Era como se minhas células se oxigenassem de ar rarefeito, como se um imenso mar se postasse a minha frente e me levasse para uma ilha deserta, paradisíaca e na entrada estivesse escrito em letras bem grandes “amor aqui é o nosso paraíso”.

Com menos ímpeto e certeza, dirigi-me para a fama. Eu queria ter habilidades em artes – ser cantora, jornalista, escritora famosa ou qualquer outra profissão que me fizesse sentir útil às pessoas, e em contrapartida, ser reconhecida por elas. Nos dois primeiros objetivos fui mais feliz, no terceiro muito consegui, mas sinto falta de algo maior. Tive momentos de sucesso profissional, quebrei alguns tabus, conquistei espaços até então não ocupados por mulheres na empresa em que atuei durante 2o anos: Fui a primeira Inspetora e Chefe de Divisão de um Departamento de Auditoria em seus 62 anos de existência, postos até então privativo dos homens. No ano anterior à minha aposentadoria, fui agraciada com o título de funcionária destaque desse mesmo departamento – única mulher chefe a conquistá-lo até então.

Independência e amor até onde vejo possível, conduzem para o pico mais alto, mesclado com um cheiro de natureza e aromas francesas, resultando num sabor de vencer. Mas a fama me trás de volta as origens e as habilidades inatas ao ser humano – as quais não devo possuí-las. Escrever até escrevi muitas poesias – se é que estes hieróglifos assim podem ser chamados – pois talvez tenham algum valor ou quem sabe nenhum. A bem da verdade, estas, apenas retrataram com muita singeleza, meus sentimentos tal qual estavam sendo vivenciados no momento dessas criações.

Ecos de gritos de angústia penetram em minha mente.Tornei-me vítima de mim mesma, da minha própria inabilidade, insegurança...perambulei em vão buscando oportunidades para a fama. Que ironia! Acho que já nasci querendo ser uma pessoa famosa, é tão importante para mim, para outros fama significa tão pouco: Por comida na mesa, ter emprego, etc...

Não posso solucionar as questões da humanidade, mas tentarei resolver as minhas.Talvez devesse começar definido com clareza quem sou, onde estou , o que busco e a que vim?

Eis o que tem sido minha regrada vida! Se eu puder recomeçar, farei tudo diferente. Apenas não deixaria a incerteza e insegurança me pescar. Lutaria, desde cedo,  para percorrer um único caminho que me levasse ao encontro da liberdade, da felicidade, dos bem definidos objetivos.

No 1° parágrafo, o tema é apresentado:  Os três objetivos pelos quais tenho lutado - o anseio das conquistas da independência, de um grande amor e de ser uma pessoa famosa.

No 2° parágrafo, justifico o porque da independência em primeiro lugar - porque me considerava apta a obtê-la, e esta me proporcionaria liberdade de ação.

No 3° parágrafo, justifico porque a conquista de um grande amor.

No 4° parágrafo, justifico a busca da fama para falar dos meus próprios sentimentos e consequentemente objetivos, ainda, não atingidos.

No 5° parágrafo, concluo o assunto, dizendo porque tenho lutado e a possível razão de não ter tido pleno êxito.

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