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sábado, 19 de junho de 2010

Caso da Vara - Machado de Assis

Odete Soares Rangel


O conto "Caso da Vara" se passou no período imperial brasileiro, época em que a escravidão ainda se fazia presente. O texto, inicialmente, foi publicado na Gazeta de Notícias em 1891, três anos após a abolição da escravatura no Brasil.

É narrado em terceira pessoa, o personagem central é Damião, os demais personagens são o pai dele, Sinhá Rita, João Carneiro e Lucrécia.

Ao longo do texto, encontramos inúmeras expressões que configuram o sentimento de medo e de insegurança que oprimiam Damião.

Damião fugiu do seminário, porque não possuia vocação para o clero. Como sabia que seu pai o levaria de volta, e não tinha a quem recorrer, refugiou-se na casa da viúva Sinhá Rita. Essa mantinha um relacionamento com João Carneiro, padrinho de Damião. Ela não admitia intrometer-se em causas familiares, mas sensibilizada com as súplicas de Damião, decidiu ajudá-lo. Mandou chamar João Carneiro e pediu que intercedesse a favor de Damião junto ao pai dele.

O rapaz mais esperançoso, relaxou e contou anedotas que animaram a negrinha Lucrécia, criada da casa. Ela descuidou-se dos afazeres domésticos, isso irritou Sinhá Rita que prometeu puní-la, caso não concluísse as tarefas até à noite.

Lucrécia, submissa a Sinhá Rita, estava condenada a continuar sendo um nada, era uma negra de onze anos, muito magra, possuía uma cicatriz na testa e uma queimadura na mão esquerda.

Lucrécia não concluiu o trabalho, Sinhá Rita, incomodada, pegou-a pela orelha e pediu a Damião que lhe alcançasse a vara para surrar a menina. Ele queria proteger Lucrécia, mas precisava proteger-se a si mesmo, então entregou a vara, apesar da menina ter suplicado por ajuda e perdão.

João Carneiro não aprovou o pedido de ajuda de Damião a Sinhá Rita e prometeu puní-lo. Estava atormentado, teria de convencer o compadre ou iria se ver com Sinhá Rita. Desejou que Damião morresse ou que o seminário fosse extinto; assim se isentaria de confrontos. Pensava no pedido infernal que lhe fora feito! Enviou uma carta a Sinhá Rita, informando-a do insucesso junto ao compadre, mas que tentaria, novamente, no dia seguinte. Ela, por sua vez, respondeu que se ele não salvasse Damião, eles não se veriam mais.

Nesse conto, há uma alusão à questão de se dar uma tarefa muito difícil para quem não tem competência. Por exemplo, Napoleão era um estrategista, se fosse delegar uma tarefa dessas a um barbeiro, o resultado seria catastrófico. João Carneiro viu essa missão como uma batalha.

O conto fala da luta das pessoas perante a vida, vivemos em uma sociedade paternalista; nesta, o pai se achava no direito de definir o destino dos filhos.

Na realidade, atualmente, uma grande parte da população é de escravos devido a um sistema capitalista altamente excludente. O dinheiro e o status definem o lugar que cada um pode ocupar, ou está no topo ou à margem da sociedade. Um trabalhador que durante um mês ganhasse um salário mínimo, teria direiro, tão somente, a um quarto de senzala e comida, assemelhando-se a situação dos escravos há época.

A estrutura social explica isso, o pai assumiu um compromisso perante a Igreja e faria qualquer coisa para honrá-lo, assim como a seu nome, pois seriam exigências para ser alguém e se inserir na sociedade.

Há um continuísmo da sociedade patriarcal, na qual a mulher está submissa ao homem. O desenho social mostra o contraste entre aparência e essência, ou seja, o que ocorre à margem da sociedade. A mulher disputa seu espaço por baixo do pano. Elas defendiam-se a si próprias, ou seriam escravizadas, haja vista a discriminação da raça negra.

O conto é narrado em terceira pessoa, o personagem central é Damião, os demais personagens são o pai dele, Sinhá Rita, João Carneiro e Lucrécia.

Ao longo do texto, encontramos inúmeras expressões que configuram o sentimento de medo e de insegurança que oprimiam Damião.

Damião fugiu do seminário, porque não possuia vocação para o clero. Como sabia que seu pai o levaria de volta, e não tinha a quem recorrer, refugiou-se na casa de viúva Sinhá Rita, a qual mantinha algum tipo de relacionamento com seu padrinho João Carneiro. Ela não admitia intrometer-se em causas familiares, mas sensibilizada com as súplicas de Damião, decidiu ajudá-lo. Mandou chamar João Carneiro e pediu que intercedesse a favor de Damião junto ao pai dele.

O rapaz mais esperançoso, relaxou e contou anedotas que animaram a negrinha Lucrécia, criada da casa. Essa descuidou dos afazeres domésticos, o que irritou Sinhá Rita que prometeu puní-la, caso não concluísse as tarefas até à noite.

Lucrécia, submissa a Sinhá Rita, estava condenada a continuar sendo um nada, era uma negra de onze anos, muito magra, possuía uma cicatriz na testa e uma queimadura na mão esquerda.

Ela não concluiu o trabalho, Sinhá Rita incomodada pegou-a pela orelha e pediu a Damião que lhe alcançasse a vara para surrar a menina. Ele queria protegê-la, mas precisava proteger-se a si próprio, então entregou a vara, apesar da menina ter suplicado por ajuda e perdão.

João Carneiro não aprovou o pedido de ajuda de Damião a Sinhá Rita e prometeu puní-lo também. Estava atormentado, teria de convencer o compadre ou iria ver-se com Sinhá Rita. Desejou que Damião morresse ou que o seminário fosse extinto; assim se isentaria de confrontos. Pensava que pedido infernal lhe fora feito! Enviou uma carta a Sinhá Rita, informando-a do insucesso junto ao compadre, mas que tentaria, novamente, no dia seguinte. Ela, por sua vez, respondeu que se ele não salvasse Damião, eles não se veriam mais.

Nesse conto, há uma alusão à questão de se dar uma tarefa muito difícil para quem não tem competência. Por exemplo, Napoleão era um estrategista, se fosse delegada uma tarefa dessas a um barbeiro, o resultado seria catastrófico. João Carneiro viu essa missão como uma batalha.

O conto fala da luta das pessoas perante a vida, vivemos em uma sociedade paternalista; nesta, o pai se achava no direito de definir o destino dos filhos.

Na realidade, atualmente, uma grande parte da população é de escravos devido a um sistema capitalista altamente excludente. O dinheiro e o status definem o lugar que cada um pode ocupar, ou está no topo ou à margem da sociedade. Um trabalhador que durante um mês ganhe um salário mínimo, conseguirá, apenas, um quarto de senzala e comida, assemelhando-se a situação dos escravos há época.

A estrutura social explica isso, o pai assumiu um compromisso perante a Igreja e faria qualquer coisa para honrá-lo, assim como a seu nome, pois seriam exigências para ser alguém e se inserir na sociedade.


Há um continuísmo da sociedade patriarcal, na qual a mulher é submissa ao homem. O desenho social mostrou o contraste entre aparência e essência, ou seja, o que ocorreu à margem da sociedade. A mulher disputava seu espaço por baixo do pano. Elas defendiam-se a si próprias, ou seriam escravizadas, haja vista a discriminação da raça negra.

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