PLAYLIST

sábado, 27 de março de 2010

Essay “A Modest Proposal by Jonathan Swift”

By Odete Soares Rangel


 http://frontiereditor.wordpress.com/
 The article A Modest Proposal by Jonathan Swift presents six arguments in favor of the author’s idea of selling children as food. These arguments are as bizarre as the proposal itself.


The first argument is about the decreasing of the Catholic population. It’s important to notice here that the author is a Protestant, and that the Catholic X Protestant issue is and has always been a major concern for both government and people of Ireland. The Catholic population is the greatest enemy of the kingdom of Ireland and it is increasing every year and it is already larger than the Protestant population. The effective application of the proposal presented by the author will cause a decrease of population and being the Catholic population the one that grows the most, it will consequently decrease the number of Catholics.

The following argument analyzes the possibility of changing the financial status of those poor couples or single mothers who sell their babies. Considering the profit obtained by the selling of the babies as a total new and extremely relevant raising of income, which will provide to these poor people a new relation with the market, making them able to then on to pay, without sacrifice, their rent, their food, etc....

According to the third argument, the number of beggar’s children, over two years old, can easily achieve 100.000 (one hundred thousand). The cost of growing these kids is approximately ten shillings per year, without having to raise these children the nation will have a fifty thousand pounds profit per year. In addition to that, we will have the benefits of the introduction of a new dish in the nation’s menu, which will provide the circulation of the money between the different areas of the food commerce, that are in some level involved with the ingredients of this preparation.

In my opinion the author repeats himself in the fourth argument when he talks about the new "job" that mothers can have if they decide to become something like "professional breeders". This way they will be able to have a clean and secure eight shillings gain every year. Mr. Swift had already mentioned the financial benefits of the family before. But he adds a new possibility when he considers as an advance the fact the mothers do not have to worry about raising their babies since they are going to sell them right after they turn one year of age.

The next argument is about the introduction of this new food (children) and the excitement it will certainly cause when it achieves the taverns and restaurants. The owners will want to attract the new rich customers that can pay for this especial "delicatessen". The chefs should make their best efforts to create new and delicious recipes in order to make their houses famous and frequented by the most distinguished and wealthy men. Those are famous by their refined taste for fine foods.

The last argument is for sure the most unusual. The author says that his proposal will help to increase the number of marriages. I particularly cannot see how. And he also says that this will make mothers show an extra care towards their children when they know that the particular child will be the one to stay with them forever. In my opinion giving a child up after one year holding, hugging, nursing and taking care of him won’t help to increase the love the mother will feel for the next one. The author continues saying that husbands will treat their pregnant wife with more tenderness and with no violence, thing that is considered very common, for they will be afraid of miscarry once the offspring will be profitable to him as well.

The arguments presented by the author could not be more bizarre and weird, but considering the idea exposed on the text, they fit perfectly. The idea of going to a restaurant and be offered a dish which the main ingredient is a baby is at least not human. Thank God that this idea found no echo so far in any government.

RANGEL, Odete Soares.  ESSAY “A Modest Proposal” by Jonathan Swift. p.19-21
Palávora. V. 1, 2003.
Porto Alegre: Editora UniRitter, 2003   52 p.

terça-feira, 23 de março de 2010

Um rápido olhar sobre Neruda

Odete Sores Rangel


Os comentários a seguir são embasados no artigo “Alguma coisa sobre Pablo Neruda e a sua poesia” de Jorge Edwards. A poesia desse autor reflete sua intimidade com o mar, no qual símbolos maternais se transformam numa força traiçoeira que destrói vidas. Mais tarde Neruda se reconcilia com o mar e muda-se com sua mulher Matilde para junto do oceano. Segundo Edwards foi nesse lugar que Neruda descobriu o manual da sua sabedoria, alimentada sem cessar por encontros e comprovações alegres ou melancólicas com humor de outono.

O poeta se sente agredido com a destruição das coisas e dos seres e via o reflexo disso em cada morte individual. Ele ficou indignado com o desaparecimento dos seus amigos Garcia Lorca e Miguel Hernandez na guerra civil Espanhola, mas este conflito contribuiu para que ele descobrisse a solidariedade humana e a alegria. Essa mudança levou-o a acreditar na vida, a morte de um amigo transformou-se de um golpe fúnebre numa ausência sentida de não mais poder compartilhar com esse, as coisas desta terra/mundo.

Neruda foi muito homenageado durante a vida, mas segundo Edwards também foi muito criticado e acusado de ter sido alheio a toda a formação literária. Na sua obra, ele não se cansou de render homenagens à tradição literária. Nos últimos anos evocou com freqüência sua infância, seu amor e a relação com a natureza.

Segundo Jorge Edwards, Neruda, através de seus jogos poéticos, mantivera-se fiel ao seu amor pela natureza, o qual transformou-o em poeta antes que se desse conta, os outros amores e o trabalho originaram-se desse.

Edwards diz que se pode atribuir a Neruda uma estrofe de Fernando Pessoa “ Um poeta é um fingidor/finge tão completamente/que chega a fingir que é dor/a dor que deveras sente”. Assim quase conseguia convencer que cada etapa da sua poesia era definitiva, mas logo surgia outra e mais outra.

Ele não possuía habilidade para trabalhar com as mãos e vivia rodeado de objetos que ganhavam vida nas suas criações poéticas. E, provavelmente, vem daí o uso constante da mistura de diferentes elementos na sua poesia, o que dificulta a leitura. Sua poesia é muito rica em mensagens, elementos naturais, mistura de elementos e sentimentos, existência e morte. Assim é muito figurativa, metafórica dando margem para múltiplas interpretações. Lembro que li em algum livro desse autor que a linguagem da poesia não pode ser reduzida ao âmbito da razão. Assim, espero divagar um pouco e não errar tanto.

Pensar Neruda é uma tarefa difícil para mim, pois quase nada sei sobre sua obra e vida. Confesso que quando iniciei a ler os sonetos não julguei-me capaz de analisá-los, tampouco tinha vontade de fazê-lo. À medida que fui prestando atenção, comecei a “viajar” e tive algumas percepções.

Eu os escolhi, dentre os demais, por uma questão de empatia, eles me atraíram por algo que não sei definir, mas não vejo nenhuma relação entre esses e minhas experiências vividas, exceto pela questão da comparação com uma escultura já que meu marido é escultor e pelos poetas que se inserem na literatura. Ler sobre poetas e criação literária é algo que me fascina, que faz parte da minha vivência de estudante. Considero que a literatura é uma das disciplinas que mais contribui para ampliar nossa visão de mundo. Entender o canto dos poetas é encaminhar-nos por esse novo caminho cultural, sobre o qual desejo descobrir sempre mais. A inscrição (G.M.), por exemplo, é um enigma que gostaria de decifrar. Hoje eu não os levaria comigo para uma ilha deserta ou qualquer lugar do mundo.

Li-os uma vez e não me despertaram sentimentos e sensações, apesar da reconhecida importância da obra e conhecimento de Neruda da poesia universal. Tentei escrever sobre e não conseguia, frente a eles me senti uma analfabeta, custei a entender essa mistura de elementos que ele faz. Isto é, se é que entendi, se o que conjeturei sobre sua poesia e intenção ao escrevê-la procede.

Possíveis leituras dos sonetos VIII, XLVIII, LIX e XCIII.

Esses quatro períodos do dia podem fazer alusão as quatro diferentes fases da vida dele: Manhã - Infância, meio-dia – juventude, tarde – maturidade e noite – velhice. Os elementos que me levam a depreender esse sentido são o fato dele fazer referência a uma pessoa que ele ama, podendo ser um link com a perda da mãe na infância aos dois anos de idade e ao fato dele estar num lugar alto de onde pode ver tudo, numa alusão ao Chile seu país de nascimento.

Essas fases do dia também podem referir-se a estrutura da sua obra, na infância e juventude o mar são os elementos maternais e o envolve por completo, na maturidade ele se volta para o mar como algo traiçoeiro que tira vidas e na velhice ele se reconcilia com o mar novamente, desta vez num tom de comunhão. O mar é parte integrante da sua poesia.

Uma outra possibilidade é que essas quatro fases poderiam representar um ciclo da vida dele: infância, juventude, maturidade e velhice. Talvez o mais correto seja dizer que elas se refiram as diferentes fases do amor dele por Matilde. Manhã e juventude seriam o nascimento do amor dele por ela; a tarde a descoberta desse amor impossível porque ele era casado com outra, e a noite a promessa de um amor que jamais terá fim.

Numa outra leitura vejo no primeiro soneto, uma possível comparação da mulher amada a uma escultura, cujo processo de criação é descrito: feita de argila cujo trabalho vai ao forno, lá aprisionada deixa escapar os gases para não estourar e quando queimada ganha uma cor desbotada em relação a original, quando pronta tem os olhos melancólicos e se torna em algo rígido, duro como pedra. Depois vemos um momento precioso da cor do ouro, o sol de outono e aqui me parecia que para ele o outono seria como a primavera para nós onde tudo floresce e dá frutos. Entretanto, verifiquei numa outra poesia, que ele atribui ao outono encontros e comprovações alegres ou melancólicas. Temos o pão que alimenta e não pode faltar assim como o amor, a farinha pelo céu poderia ser as nuvens. Ele tenta justificar seu amor, pois não pode deixar de amá-la porque ela representa sua própria vida. Expressando seu amor por Matilde, ele também o expressa pela natureza, dando a entender que ambos são inseparáveis. E, finalmente, como um adolescente apaixonado ele vive para amá-la, ela está presente em tudo e sem ela sua vida não teria sentido. Numa outra perspectiva, o poeta tenta encontrar razões para justificar o seu amor, toda a natureza conspira a favor dele, Matilde é sua razão de existir e é através da vida dela que ele vê as outras pessoas. Digo Matilde, porque ele os dedicou a ela, ratificando que ela foi sua fonte de inspiração.

No segundo soneto, possível fase da juventude, as pessoas namoram e não estão casadas, não possuem ligações sérias, compromissos. A única ligação entre elas não é uma aliança, mas sim o cheiro particular que os atrai. Não estando casados, não brigam, a paz e as palavras são preservadas pelos apaixonados que só sabem expressar belas palavras e bons sentimentos. As pétalas poderiam representar os conselhos recebidos dos mais velhos. Poderia aludir ainda ao vigor para a vida sexual própria dessa fase da vida. Uma outra leitura é de que o soneto fala de duas pessoas que se amam e por isso vivem em comunhão de corpos e de pensamentos, nem suas sombras se separam. A lua ilumina o caminho por onde andam e o sol mantendo a cama aquecida onde o amor se consolida, mantém o amor vivo. Portanto, natureza e sentimento estão interligados. A pessoa feliz é como uma torre transparente, não é preciso esforço para enxergar essa alegria. A noite que significa escuridão, obscuridade acarinha-os, pois os recebe com afortunadas pétalas, estas normalmente são macias e perfumadas. O amor correspondido não conhece limites, barreiras, fim nem morte. Apesar dos encontros e desencontros pela vida, o sentimento é perene. Finalmente, penso que os dois amantes deixam de lado a materialização do dia a dia e se voltam só para o prazer, este se eterniza porque ninguém lhes pode tirar o que viveram e amaram.

No terceiro soneto, a inscrição (G.M.) poderia estar ligada a Garcia Lorca e Miguel Hernandez grandes amigos do poeta, cuja perda ele lamenta. Como pouco sei sobre ele também podem referir-se a outras pessoas e situações. Porém pelo teor do soneto acredito referir-se ao Monge e Gabriela Mistral, ou a ela mais provavelmente. Ela era diretora do liceu de Temuco, Pablo relata um encontro deles em que diz ter reconhecido no rosto dela o do seu melhor amigo e poeta, o Monge e esfaqueador perigoso, que tinha no rosto duas grandes linhas. O poeta se apegava demais aos seres marginalizados pela sociedade, assim o Monge era sua companhia preferida nos passeios pelo bosque de Boroa. Para Neruda esse paralelo tinha uma razão de ser, ambos representavam uma forma de liberdade: ele a do poeta ou homem que vive fora da lei; ela a da poetisa no contato com a terra.

la cicatriz vertical de un cuchillazo... y su sonrisa blanca, horizontal, llena de simpatía y picardía.

la misma sonrisa entre pícara y fraternal y los ojos que se fruncían, picados por la nieve o la luz del pampa. (Antología poética,, 1997)

Esse soneto parece ter relação com os poetas que são marginalizados pela sociedade, muitas vezes recebem reconhecimento quando morrem. Eles vivem se escondendo atrás da sua poesia, esta governa a vida do poeta. A poesia foi atingida pela repressão, os poetas foram silenciados no seu processo criativo. Mas dormir sem silêncio também poderia significar que ele se tornara uma pessoa pública. O poeta estando morto vai reinar em outro reino, vai se reunir a outros poetas. Esse encontro é a única coisa certa. E, então os oradores dissecam a poesia de qualquer jeito, agridem-na e destroem pois a morte calou a boca do poeta, ele não pode mais contestar. Este soneto parece refletir a indignação do poeta com a marginalização que a sociedade impõe aos seres aqui representados pelos poetas que são perseguidos durante a vida e a morte. Quando Pablo fala dos cavalos arrogantes governados pelos intrusos e sua boca está fechada ele também pode estar se reportando à ditadura e a repressão que ele enfrentou na Espanha e Chile.

O último soneto faz referência a Matilde com quem se casou aos 51 anos, seu amor eterno na vida e na morte. E, também, à velhice quando não se tem mais agilidade nas mãos, já não se fala com tanta eloqüência e o corpo não tem mais a mesma saúde e vitalidade. O corpo se deteriora, mas os sentimentos verdadeiros persistem, ele levará o último beijo quando morrer, este se eterniza.

Em todos os quatro sonetos a natureza está presente. São descritos elementos naturais, flores, árvores, espaço geográfico e físico, objetos, sentimentos e sensações, tudo para dar vida a poesia e por conseguinte expressar, metaforicamente, os sentimentos do poeta. Sua infância, seu amor por Matilde e a relação com a natureza são as fontes de energia para sua composição poética.

ANEXOS – Sonetos Pablo neruda

Soneto VIII - Manhã

SE NÃO FOSSE porque têm cor-de-lua teus olhos,
De dia com argila, com trabalho, com fogo,
E aprisionada tens a agilidade do ar,
Se não fosse porque uma semana és de âmbar.

Se não fosse porque és o momento amarelo
Em que o outono sobe pelas trepadeiras
E és ainda o pão que a lua fragrante
Elabora passeando sua farinha pelo céu,

Oh, bem-amada, eu não te amaria!
Em teu abraço eu abraço o que existe,
A areia, o tempo, a árvore da chuva,

E tudo vive para que eu viva:
Sem ir tão longe posso ver o mundo:
Vejo em tua vida todo o vivente.

Soneto XLVIII – Meio-dia

DOIS AMANTES ditosos fazem um só pão,
Uma só gota de lua na erva,
Deixam andando duas sombras que se reúnem,
Deixam um só sol vazio numa cama.

De todas as verdades escolheram o dia:
Não se ataram com fios senão com um aroma,
E não despedaçaram a paz nem as palavras.
A ventura é uma torre transparente.

O ar, o vinho vão com os dois amantes,
A noite lhes oferta suas ditosas pétalas,
Têm direito a todos os cravos.

Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
Nascem e morrem muitas vezes enquanto vivem,
Têm da natureza a eternidade.

Soneto LIX – Tarde

(G.M.)
POBRES poetas a quem a vida e a morte
Perseguiram com a mesma tenacidade sombria
E logo são cobertos por impassível pompa,
Entregues ao rito e ao dente funerário.

Eles – obscuros como pedrinhas – agora
Detrás dos cavalos arrogantes, estendidos
Vão, governados ao fim pelos intrusos,
Entre os acompanhantes, a dormir sem silêncio.

Antes e já seguros de que está morto o morto
Fazem das exéquias um festim miserável
Com pavões, porcos e outros oradores.

Espreitaram sua morte e então o ofenderam:
Só porque sua boca está fechada
E já não pode contestar seu canto.

Soneto XCIII - Noite

SE ALGUMA VEZ teu peito se detém,
Se algo deixa de andar ardendo por tuas veias,
Se tua voz em tua boca se vai sem ser palavra,
Se tuas mãos se esquecem de voar e dormem,

Matilde, amor, deixa teus lábios entreabertos
Porque esse último beijo deve durar comigo,
Deve ficar imóvel para sempre em tua boca
Para que assim também me acompanhe em minha morte.

Morrerei beijando tua louca boca fria,
Abraçando o cacho perdido de teu corpo,
E buscando a luz de teus olhos fechados.

E assim quando a terra receber nosso abraço
Iremos confundidos numa única morte
A viver para sempre de um beijo a eternidade.

domingo, 21 de março de 2010

Informática na Educação, uma revolução ou um bicho papão?

Odete Soares Rangel


O computador na escola, um instrumento de aprendizagem, um agente de transformação na educação ou um bicho papão? Muito vem se discutindo e muitas são as opiniões a esse respeito, mas há uma unanimidade de pensamento quanto aos benefícios do seu uso quando da correta aplicação dessa tecnologia. A informática possibilita repensar a forma de ensinar, assim o computador pode ser considerado uma revolução na concepção de como pensar o ensino e a aprendizagem.

O objetivo desta breve reflexão é tentar mostrar algumas idéias básicas de como a informática pode contribuir para a evolução mental e intelectual do ser humano, em especial dos alunos na escola que é o nosso foco.

As escolas vêm implementando o uso da informática, reconhecendo a sua contribuição na busca do conhecimento para a aprendizagem. Assim, ela deve passar por mudanças estruturais e funcionais adequando-se a essa nova tecnologia, cujos objetivos, metas e métodos de ensino devem ser assimilados pelos professores que deverão atuar permanentemente junto à direção, colaborando para o aperfeiçoamento do trabalho.

A escolha dos softwares a serem utilizados, merece especial atenção por parte das escolas e, especialmente, dos professores que exercerão seu novo papel de facilitadores na construção desse conhecimento.

A simples presença física do computador na escola pode desencadear discussões e conflitos devido à heterogeneidade de opiniões e conhecimento sobre seu uso. Uma das formas de se equacionar esse problema seria cada escola ter um planejamento pedagógico, no qual constasse a inserção dessa ferramenta.

O uso do computador é uma motivação a mais para os alunos, tanto a criança quanto o jovem se atraem pelo novo. Eles poderão explorar essa tecnologia, não só para ler ou escrever, mas para pesquisar e criar coisas novas exercitando sua criatividade e descobrindo novas habilidades. Uma situação nova se apresenta e lhes parece a solução para tudo, mas logo, constatam que necessitam “aprender” a usar esses recursos ilimitados e, então, descobrem a magia de tudo quanto podem realizar com menos esforços.

Aqueles iniciados na informática, a princípio, não teriam essa motivação para aprender, mas a teriam para demonstrar suas habilidades aos colegas. Existem programas que, normalmente, possuem recursos quase ilimitados, com acesso à informática os alunos terão um vasto campo para ampliar suas habilidades e demonstrar a sua criatividade. Eles podem usar desde letras piscantes até poesia em forma de desenho, textos ilustrados com figuras coladas e inúmeras outras opções de criar algo novo, diferente.

O mundo, no qual a nova geração está inserida e interage é muito dinâmico, são games, Tv, jogos de ação e centenas de outros programas de fácil entendimento. A informática é uma ferramenta mais dinâmica e está mais próxima da realidade deles, do mundo virtual em que eles foram criados. O editor de texto, por exemplo, pode estimular o gosto pela escrita.

É bom lembrarmos a importância da criança se iniciar rapidamente na informática, pois cada vez mais as pessoas utilizam essa ferramenta. Certamente, esse uso facilitará suas vidas quando adultos, além de expandir suas possibilidades de atuação, inclusive, no mercado de trabalho. É todo um mundo novo que está se criando, novas janelas se abrindo para o futuro. A escola tem que implantar um projeto pedagógico como um todo que vise ou tenha como missão possuir esses recursos e disponibilizá-los aos alunos.

Ao professor cabe acompanhar as mudanças e buscar qualificar-se no pleno domínio do computador e softwares com conseqüente e permanente atualização, sob pena de ser excluído dos benefícios dessa tecnologia ou de seu trabalho se tornar ineficaz para os objetivos que se espera dele.

Esse facilitador deve descobrir o lugar didático dessa tecnologia e compreender o seu papel de forma crítica, consciente e participativa. Deverá motivar o aluno, conduzindo-o às novas conquistas, as quais o ajudarão a desenvolver o raciocínio lógico, explorar habilidades e criatividade, contribuindo para o seu crescimento mental e intelectual.

Entre as inúmeras vantagens da informática se pode destacar a facilidade de lidar com a informação, a qual podemos acessar e atualizar com maior rapidez e a um baixo custo, especialmente, se comparada com o livro, por exemplo. Paralelamente a estes recursos, podem ser usadas ferramentas com informações digitalizadas como dicionários, corretor ortográfico, além da possibilidade de editar os textos, copiar e imprimir.

Os educadores poderão usar sua criatividade e repassarem conhecimentos construídos por eles, utilizarem jogos ou aulas criativas e disponibilizarem esse material para várias situações e pessoas através dos recursos da informática, como ocorreu com um software desenvolvido por Odete Soares Rangel e Rafael Finamor utilizado pela escola “Instituto João XXIII” num projeto conjunto com a escola Silva Paes. Este fato ratifica a concepção da importância da informática na construção do conhecimento e de como ela abre novos caminhos.

Em junho de 2002, Odete e Rafael, alunos desta instituição cursavam a disciplina “Atividade Acadêmica Curricular - Educação com Informática” sob a coordenação da professora Clarissa Tarragô Candotti. Estes tinham como meta, desenvolver um projeto que se concretizasse através do uso da informática, para aplicar com alunos, o qual foi implementado na escola “Instituto João XXIII” em Porto Alegre, com alunos de 7° séries.

O software desenvolvido pelos alunos da Ritter foi composto de três histórias da mitologia Indiana e quatro ilustrações pertinentes a poemas. A partir destes, os alunos daquela escola produziram textos reescrevendo as histórias sobre mitologia ou criando outras a partir das ilustrações, porém utilizando a informática.

A maioria deles optou por escrever textos a partir das imagens. Eles já possuíam um bom domínio de alguns recursos da informática, caminhos de navegação no sistema e não estavam acostumados a produzirem trabalhos manuscritos. Assim, o uso dessa ferramenta foi de vital importância para o êxito da atividade que, talvez, não os motivasse, caso fosse aplicada através de outro instrumento. Acessar com rapidez o material a ser trabalhado, voltando à ilustração ou ao texto quando necessário, foi um recurso bastante explorado por eles.

A professora Sandra da disciplina de português desses alunos, percebendo como fluiu a atividade e o gosto deles por trabalhar com imagens, pensava implementar uma nova atividade integrada com a professora de artes que lhes possibilitasse desenvolverem essa habilidade. Os alunos criariam imagens, e construiriam redações a partir desse material imagético.

Essa atividade foi muito gratificante para Odete e Rafael que, numa troca recíproca, aprenderam muito com essa “excitante” tarefa. Os alunos dessa disciplina devem direcionar seus trabalhos para escolas, pois é uma interação valiosa com outra realidade e também uma oportunidade para vivenciar situações que farão parte de seu futuro como professor.

Finalmente, ressaltamos a importância da informática na escola. Ela possibilita ao aluno aprender novas maneiras de pensar, discutir, trocar informações e ampliar outras formas de conhecimento. Para isso é necessário que haja interface entre professor-aluno, que os professores dominem a informática, que a escola se reposicione e repense a educação nesta nova era tecnológica e tenha um projeto pedagógico que contemple e supra essas necessidades. Ou as escolas se adaptam a esse novo mundo tecnológico, globalizado onde tudo evolui e se renova ou perderão sua atratividade, sendo apenas uma escola entre muitas e não entre muitas uma.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Produção Textual

Odete Soares Rangel


A tarefa de produzir textos ainda é considerada um mito por muitas pessoas. Não se trata de uma tarefa fácil, nem difícil, mas, de uma tarefa que, fundamentalmente, depende da competência textual de cada produtor. A produção escolar escrita vem afligindo não só pensadores, pesquisadores e professores, mas os próprios alunos quando reconhecem que essa dificuldade os impede de avançarem em determinadas tarefas. E já há uma extensa bibliografia sobre o assunto. Na obra “Problemas de Redação”, Alcir Pécora discorre sobre um curso ministrado por Michel Lahud aos alunos do 8° semestre do curso de graduação em letras da UNICAMP, cuja proposta foi a leitura e fichamento de um texto da área lingüística e de outros citados pelo primeiro para confronto. Ao final, ficou comprovado que a maioria deles não sabia ler nem escrever, fato que os teria surpreendido, pois não se sentiram capacitados para interpretar um texto básico e dissertar sobre ele. Ele, também, faz um diagnóstico de redações de vestibulandos (1976) e de alunos do curso de Prática de Produção de Textos – 1° e 2° semestres – do ciclo básico do IEL, nos anos de 1978-80. Igualmente, constatou problemas dos mais diversos nessas produções textuais. Costa Val em “Redação e textualidade” analisa redações de alunos que prestaram vestibular na UFMG em janeiro de 1983, nas quais também constata diversos problemas com a produção escrita. Em qualquer teórico lê-se que escrever é uma habilidade que deve ser desenvolvida, quanto mais treino, melhor será o resultado. Mas, acima de tudo, produzir textos é sempre uma atividade desafiadora e fascinante.

Esse foi o tema escolhido pelos alunos do curso de letras desta instituição Odete Soares Rangel e Rafael Finamor, para a aula prática exigida na “Atividade Acadêmica Curricular - Educação com Informática” no quinto semestre do curso de letras. O projeto desenvolvido foi implementado na escola “Instituto João XXIII” em Porto Alegre, envolvendo a totalidade dos alunos das séries 7° A e 7° C. Para desenvolvê-lo, os alunos do UniRitter selecionaram entre os materiais pesquisados as obras “O cabeça de elefante e outras histórias da mitologia indiana” e “Dezenove poemas desengonçados” dos autores Lúcia F. de Almeida e Ricardo Azevedo, respectivamente. Como os próprios títulos prevêem, a primeira contém histórias da mitologia indiana; a segunda se compõe de poemas vinculados a ilustrações. Para ministrar a aula, eles desenvolveram um software composto por três das histórias das quais uma foi adaptada para que o texto fizesse sentido e quatro ilustrações dos poemas sem os respectivos textos e títulos. Assim, os alunos do “Instituto João XXIII”, sob sua ótica, produziram textos reescrevendo as histórias sobre mitologia ou criando outras a partir dessas ilustrações, porém utilizando a informática.

Os alunos daquela instituição já possuíam um bom domínio de recursos da informática, como Word, Power Point e caminhos de navegação no sistema. Assim, o uso dessa ferramenta foi de fundamental importância para o êxito da atividade, porquanto os alunos não estão acostumados a produzirem trabalhos manuscritos. Acessar com rapidez o material a ser trabalhado, voltando à ilustração ou ao texto quando necessário, foi um recurso bastante explorado por eles. Muito provavelmente, eles se rebelariam contra qualquer outra ferramenta utilizada ou não fariam a tarefa com a mesma disponibilidade e satisfação.

O trabalho foi desenvolvido em dois dias, totalizando três períodos-aula com cada turma. Além de não terem apresentado dificuldades para produzir os textos, os alunos registraram nesses, questões bastante relevantes, como relações familiares, homossexualismo, drogas, maníaco de parque e outras, demonstrando que estão conectados com os acontecimentos e com a realidade social. Também demonstraram ser bastante criativos nas suas histórias. Um fator que chamou a atenção foi a percepção deles, pois as mesmas ilustrações foram vistas por cada um sob ângulos completamente diversos. Essa nova interpretação das ilustrações feitas por alguns deles, reafirma nossa certeza de que os textos e imagens possuem fontes inesgotáveis que se bem exploradas possibilitam inúmeras leituras.

Por outro lado, reside aí a criatividade que faz um link com a realidade e vivência de cada ser humano. Houve, e não poderia ser diferente, deslizes na expressão escrita, contudo quer nos parecer que os problemas apresentados em algumas redações podem ser considerados normais nessa fase de aprendizado, na qual eles ainda não se aprofundaram nos estudos da gramática. Contrapondo o trabalho desenvolvido por estes alunos na fase de aprendizagem em que estão com os estudos de Alcir Pécora e Costa Val, pode-se dizer que esses alunos sabem escrever. É bem provável que parte desse sucesso se deva à instituição que com sua estrutura e metodologia de ensino os prepara bem para essa habilidade que se fundamenta na prática.

Quanto a nossa atividade a maioria deles optou por escrever textos a partir das imagens. Este foi um detalhe bastante curioso que fez com que a professora de português de ambas as turmas, descobrindo essa motivação deles para trabalharem com imagens pretendesse implantar atividades integradas com a professora de artes, através das quais eles desenvolvessem essa habilidade. Primeiro, eles criariam desenhos/imagens, posteriormente desenvolveriam suas redações a partir desse material imagético. A escola também utilizou o software desenvolvido pelos alunos do UniRitter num trabalho conjunto com a Escola Silva Paes.

Através de uma relação positiva e amistosa, procuramos ficar vigilantes interagindo com o grupo e percebemos que quando nos dirigíamos a eles, mostravam-se abertos e expunham suas dúvidas ou pediam sugestões. Por exemplo, uma menina não conseguia começar seu texto. Tomamos conhecimento da sua produção mental, então, sugerimos iniciar caracterizando o personagem. Ela sentiu-se mais confiante fez três parágrafos e chamou novamente, “agora quero mudar o curso da história mas não sei como fazer”. Sugerimos-lhe que levasse seu personagem a ver as coisas sob outro ângulo. Ela achou ótimo e concluiu a história. O que nos parece válido, em circunstâncias dessa natureza, é estimular o aluno a refletir, deixá-lo confiante para que ele próprio realize sua tarefa.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Meus Delírios

Odete Soares Rangel

Um Sopro de Vida


Foto de Odete Rangel 2010
Brotei! Vesti-me de folhas, floresci. Fui amada, cuidada, regada, mas murchei e morri. Morri? Um vento soprou sobre mim, beijou-me e renasci.









Transição

Nasci! Maria de Fátima me proteja. Deixa-me crescer livre, viver só para amar e envelhecer com qualidade de vida. E na partida, entoarei muitas ave-marias até chegar nos braços de Jesus.